Belém está servindo de cenário para o filme “Eu, Nirvana”, uma produção
do diretor Roger Elarrat que conta com as atrizes nacionais Carolina Oliveira e
Manuela do Monte como protagonistas, ao lado da paraense Joyce Cursino. O filme
está sendo rodado há algumas semanas em gravações internas na Santa Casa de
Misericórdia, mas agora estão sendo captadas as imagens externas, tendo como
locação a fachada do Colégio Gentil Bittencourt, na avenida Magalhães Barata, a
Praça Santuário de Nazaré e alguns perímetros da avenida Nazaré, o que vem
movimentando a cidade.
Na tarde de terça-feira, 18, as gravações se concentraram na equina da
Av. Nazaré com a Tv. Quintino Bocaiúva. Ali foram feitas diversas tomadas da
personagem-título Nirvana, vivida por Carolina Oliveira, caminhando na calçada
do prédio histórico que abriga a Codem – Companhia de Desenvolvimento e Administração
da Área Metropolitana de Belém e atravessando a rua ao lado de pessoas comuns
que passavam pelo local. Apesar de toda a movimentação em pleno centro de
Belém, muitos cidadãos que passavam pela área foram surpreendidos com as
filmagens e com a presença de Carolina Oliveira, que se diz feliz de viver uma
paraense. “Eu já tinha feito uma paraense antes, então não é muito novidade
para mim”, diz, aos risos, a atriz natural de São José dos Campos, que já havia
interpretado no cinema a vida da pajé Zeneida Lima no filme “Encantados”
(2014), de Tizuka Yamasaki. “A Dira Paes indicou meu nome para o diretor de
‘Eu,Nirvana’, Roger Elarrat, ele me convidou, eu amei o roteiro e agora estou
aqui”, comemora.
De lá a equipe seguiu para a Praça Santuário de Nazaré, onde as
gravações foram viabilizadas graças a presença de agentes de trânsito da
Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém - Semob, que
interromperam o tráfego na rua Dom
Alberto Galdêncio Ramos, que passa ao lado da Basílica, entre Tv. 14 de Março e
Av. Generalíssimo Deodoro, e orientavam os motoristas. A Prefeitura de Belém,
aliás, está apoiando o projeto exatamente em toda essa movimentação pela
cidade, já que, além das filmagens em si, que ainda contemplarão gravações na
Feira do Açaí, no Ver-o-Peso, há os bastidores com diversos caminhões
trafegando com toneladas de equipamentos por vários pontos da cidade. “Nós
viemos com uma quantidade bastante grande de equipamentos, que vieram de São Paulo em três caminhões-baú de 8
metros de comprimento cada”, detalha Luiz Carlos Cruz Fabiano, diretor de
produção.
"A Prefeitura de Belém, através da Coordenadoria de Comunicação
Social - Comus, tem sido sempre uma grande incentivadora para a realização da
produção audiviosual em Belém. Sem dúvida nenhuma, essas produções, quando
chegam à capital, utilizam não só a mão de obra local, mas também trazem
excelentes profissionais de fora para ter esse intercâmbio profissional entre
cinegrafistas, diretores de arte, auxiliares, os próprios atores, etc... Esse
incentivo é importantíssimo na logística, na questão operacional, fazendo com
que a cidade realmente receba muito bem essa produção e com muito orgulho,
afinal são os nossos cenários, os nossos casarões que vão ser mostrados na
telona do cinema, as paisagens, um pouco da nossa cultura e da nossa cidade
como um todo, porque esse filme retrata a Belém urbana, metrópole, e a Belém
insular, ribeirinha, também. A personagem central é de Belém, e existem algumas
cenas em que ela chega de barco à cidade, então a gente tem no filme o
Ver-o-Peso, alguns casarões como o Colégio Gentil, a própria Santa Casa... Quem
é de Belém vai se ver na telona e quem é de fora vai conhecer Belém assim que
entrar em contato com este filme", destaca Igor Fonseca, coordenador da
Comus, informando que a cidade está sempre de braços abertos às produções de
fora ambientadas na capital paraense.
"Essa não é a única produção que recebeu apoio da Prefeitura de
Belém. Sejam elas criações de audiovisual para cinema, TV ou produções
jornalísticas, as equipes de fora quando vêm conhecer um pouco da nossa cultura
são sempre muito bem recebidas pela população nesse calor aconhegante que é a
nossa capital. Recentemente tivemos a produção da Globo da novela 'A Força do
Querer', uma equipe da Belém BBC de Londres registrando um documentário sobre a
Amazônia, e agora a equipe do filme 'Eu,Nirvana' ambientado em Belém",
enumera Igor Fonseca.
Ribeirinha
“Eu, Nirvana” conta a história de uma ribeirinha que sofre um acidente
de barco e fica em coma durante muito tempo. O roteiro mostra os dramas
pessoais de sua protagonista ao acordar para uma realidade mutilada e
assustadora. “A história é linda e, para mim, é um desafio imenso interpretar
alguém que ficou em coma por mais de um ano, então isso fisicamente para mim é
um desafio e fora isso, a personagem tem muitas nuances. É como se eu
interpretasse pelo menos umas cinco Nirvanas dentro do filme. Tem uma hora em
que ela está bem, uma hora em que piora, uma hora em que melhora um pouco,
outra hora piora a cabeça e o corpo está bem, é uma bagunça. Mas pensei:
caramba, será um desafio! Vamos lá”, detalha Carolina Oliveira. Para se
preparar para este desafio, a atriz está em Belém desde junho construindo a
personagem com a orientação do ator e diretor paraense Cláudio Barros, que a
acompanha de perto durante toda a gravação para ajudá-la a encontrar o tom
certo a cada cena.