Só em 2017 foram registrados nas
unidades Pro Paz Integrado de todo Pará 1131 casos de estupro, segundo dados de
janeiro a julho da Fundação Pro Paz. O dado mostra que ainda há uma
subnotificação de estupros no estado e que crianças e adolescentes são mais
atingidos: destes 994 casos são de menores de idade, 90% deles meninas.
O Pará tem contribuído
significativamente com os índices de enfrentamento à violência sexual tanto
contra as mulheres (maiores de 18 anos) quanto crianças e adolescentes por meio
de um trabalho integrado que vai além da simples responsabilização dos
agressores, ofertado por uma rede de acolhimento humanizado a essas vítimas
coordenado pelo Pro Paz Integrado.
O trabalho desenvolvido no Pará com
crianças e adolescentes vítimas de violência sexual é referendado pelo ONG
Internacional Childhood, que atua na prevenção da violência sexual contra
crianças e adolescentes e na sua proteção contra processos de revitimização
decorrentes de processos judiciais.
O Pro Paz Integrado é hoje o principal
serviço público Estadual especializado no atendimento a crianças, adolescentes,
mulheres e famílias em situação de violência no Pará, com núcleos localizados
no interior. É uma assistência de atenção integral para a redução dos danos
físicos e psíquicos causados pela violência.
O programa conta com nove núcleos
especializados espalhados pelo Estado. Na capital, são dois destinados ao
atendimento de crianças e adolescentes, localizados na Santa Casa de
Misericórdia e no Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e um para
mulheres: Pro Paz Mulher. Além disto, conta com unidades no interior que
atendem tanto crianças e adolescentes quanto mulheres nas regiões do Xingu
(Altamira), Guajarina (Paragominas), do Lago (Tucuruí), Baixo Amazonas
(Santarém), Bragantina (Bragança) e Breves (Marajó).
O programa oferece acolhimento
psicossocial especializado, garante os direitos básicos relacionados à saúde
física, emocional, mental e reprodutiva, previne DSTs/ Aids e gravidez
decorrente de estupro, nos casos detectados em até 72 horas, e também
interrompe a gravidez decorrente de violência sexual, conforme a legislação.
Além disso o programa tem um forte papel
preventivo com palestras realizadas em escolas, igrejas, canteiros de obras e
diversos locais onde é preciso esclarecer e multiplicar sobre a cultura do
estupro e, principalmente, informar aonde as pessoas podem buscar ajuda.