Educadores do programa Projovem Campo participam de encontro



Cerca de sessenta docentes do programa Projovem Campo Saberes da Terra, fruto de uma parceria entre governo federal, governo do Estado e municípios, participam, até sexta-feira, 15, da III Formação Continuada de Educadores do Campo, que acontece em um hotel na capital paraense. Na abertura do evento, que ocorreu na manhã desta terça-feira, 12, os docentes foram presenteados com uma apresentação cultural e palestras de especialistas em temas relativos à agricultura familiar e sustentabilidade no campo.

Segundo a coordenadora de Educação do Campo, das Águas e das Florestas, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Célia Sousa, o Projovem Campo Saberes da Terra é um programa nacional de educação de jovens e adultos, executado, no Estado, pela Seduc. O objetivo da ação é elevar a escolaridade de jovens e adultos agricultores familiares, proporcionando certificação correspondente ao Ensino Fundamental, integrada à qualificação social e profissional para pessoas com idade entre 18 e 29 anos.

Hoje, no Pará, cerca de 900 alunos, de dez municípios, estão inseridos no programa, que tem duração de 24 meses e oferece formação em quatro áreas: Humanas, Exatas, Linguagens e Agrária, que é justamente o diferencial da ação. “Nós queremos que esses jovens e adultos possam ter, perto das suas casas, sem a necessidade de sair do campo, uma educação de qualidade. Já temos uma proposta aprovada, em nível estadual, para que se ofereça também o Ensino Médio nos mesmos moldes e, assim, fortaleçamos ainda mais a agricultura familiar”, pontuou Célia.

Os municípios onde o programa está implantado são: Baião, Faro, São Miguel do Guamá, Augusto Corrêa, Tracuateua, Santo Antônio do Tauá, Dom Eliseu, Goianésia, Moju e Tailândia.

A professora da área de Ciências Humanas, Maria Alice Oliveira, trabalha em Santo Antônio do Tauá, no nordeste do Estado, e atende cerca de 100 alunos. Ela conta que os professores lotados no município chegam a oito localidades do interior, onde, além da educação formal (trabalhada por meio da pedagogia da alternância, ou seja, os estudantes passam um período na escola e outro no campo), os alunos estão envolvidos no projeto de um aviário (criação de aves), em um viveiro de mudas e no manejo do açaí nativo, entre outras atividades agrárias. “O grande diferencial desse programa é que ele também oferece a possibilidade da geração de renda para esses estudantes. Eles já têm um conhecimento empírico e o que nós fazemos é otimizar isso, repassando as técnicas. Para nós, educadores, é muito prazeroso poder fazer parte disso”, explicou.

A mesma opinião tem o engenheiro agrônomo e professor Rodrigo Lima, que trabalha em São Miguel do Guamá. Lá, também há uma média de 100 alunos envolvidos no programa. “O programa leva para esses jovens e adultos uma educação qualificada, que oferece acima de tudo cidadania, pois mostra a eles que a vida no campo, que a produção de alimentos, é fundamental para o desenvolvimento do país e que existem políticas agrícolas e agrárias que podem ajudá-los na sustentabilidade das suas propriedades. Muitos deles precisaram largar os estudos quando mais jovens e, por isso, trata-se, também, de um resgate da escolarização”, avaliou.

Além da socialização de experiências distintas, durante todo o evento, os educadores também contarão com palestras sobre temas como Alfabetização de Jovens e Adultos; Saberes Culturais e Educação; Recursos Hídricos para Agricultura Familiar; Legislação Ambiental para Agricultura Familiar; Mercados Institucionais para Agricultura Familiar; Psicultura, entre outros.