O vendedor de açaí in natura, Max Silva
dos Santos, 44 anos, anseia pela execução do projeto do novo espaço do Porto do
Açaí que, para ele, vai trazer melhores condições para os trabalhadores do
local. “Trabalho desde os oito anos aqui,
trazido pelo meu pai que fez parte da fundação desse porto e da feira. Nós
queremos ver essa obra andar e ser finalizada para termos uma melhor estrutura
para trabalhar”, disse o trabalhador.
Max é um dos 48 permissionários
cadastrados pela Secretaria Municipal de
Economia (Secon), que atuam nas barracas da feira. Além dos feirantes, que
comercializam hortigranjeiro, açaí in natura, farinha, industrializados,
lanches, refeições e outros produtos, o Porto do Açaí também recebe grande
parte da produção de açaí trazida por ribeirinhos das ilhas de Belém e de
municípios vizinhos. O porto é um dos mais tradicionais e movimentados
entrepostos comerciais de Belém e é o único que funciona 24 horas. “Por aqui,
são descarregados, todos os dias, de 10 a 20 mil rasas (paneiros) de açaí que
pesam entre 50 e 60 kg cada”, afirma o vendedor Ademar Moraes.
Na manhã desta quarta-feira, 30, os
feirantes reuniram com técnicos das secretarias municipais de Economia (Secon)
e Urbanismo (Seurb), além de engenheiros da empresa responsável pela obra no
espaço, a fim de traçar estratégias para retomada dos serviços, em paralelo aos
reparos emergenciais que estão sendo realizados no trapiche, depois que parte
da sua estrutura caiu no último sábado, 26.
“A retomada da obra estava prevista para
este mês, estávamos mobilizando pessoal e equipamentos. Vamos organizar tudo
para retomar e ao mesmo tempo dar condições ao trabalho dos feirantes. Os
reparos no trapiche estão sendo executados sem precisar interditar a área. Hoje
já foram trocadas cerca de trinta peças de madeira e todas as danificadas serão
trocadas. Mais 40 vigas também serão substituídas. A empresa vai fazer uma
rampa de acesso provisória e uma calçada em frente ao porto para que eles
possam comercializar o açaí”, explica o diretor de Obras Civis da Seurb,
Reinaldo Leite.
Expansão
A
obra no Porto do Açaí prevê a expansão de cerca de 700 metros quadrados com a
construção de uma plataforma sobre o rio, onde será realizada a comercialização
dos produtos. O porto contará também com novo trapiche em concreto, novas
rampas de acesso e flutuante. “A empresa vai atacar em duas frentes de
trabalho. Vai iniciar com o bate- estaca na parte coberta pelo rio com cerca de
30 pontos de fundação. E vai dar continuidade ao trabalho na fundação que está
quase concluída, com cerca de 140 pontos, onde funcionava a feira”, detalha
Reinaldo.
Na área com a fundação, praticamente
pronta, será erguido um novo prédio, com cobertura e design modernos, que
comportará novos boxes padronizados, sala administrativa, praça de alimentação,
área para carga e descarga e banheiros. “A intenção do projeto é aumentar a
capacidade de atendimento das necessidades de comercialização de quem trabalha
no porto e dar melhores condições aos trabalhadores de atender à grande demanda
do local”, afirma o engenheiro.