O Governo do
Pará reiterou nesta terça-feira (19), em Brasília (DF), o pedido para assumir o
Processo de Manifestação Pública de Interesse (MPI) que vai proceder aos
estudos de dragagem e licitação do Canal do Quiriri, principal meio de acesso
ao Porto de Vila do Conde, no município de Barcarena. O Estado também
reivindicou a construção de 58 quilômetros de malha ferroviária entre os
municípios de Rondon do Pará (no sudeste paraense) e Açailândia (no Maranhão),
o que na prática significa interligar definitivamente a Ferrovia Paraense à
Norte-Sul, de âmbito federal.
O secretário de
Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki,
explicou que o trajeto de apenas 58 km entre Rondon do Pará e Açailândia abre
caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga por um porto paraense.
Esse é um dos atrativos do projeto paraense para a iniciativa privada, pois
permite o acesso às cargas de todo o Brasil às rotas estratégicas de exportação
pelo porto de Barcarena.
“O Porto de Vila
do Conde encurta a distância entre o Brasil e os principais destinos de
exportações, a exemplo dos portos de Rotterdã, na Europa; Xangai, na China, e
Miami e Los Angeles, nos Estados Unidos, normalmente acessados pelos portos de
Santos (SP) e Paranaguá (PR). Isso é de extrema importância para os operadores
da navegação comercial competitiva’’, argumentou Adnan Demachki, representado
na reunião desta terça-feira com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Moreira Franco, em Brasília, pelo secretário adjunto
da Sedeme, Eduardo Leão. O encontrou contou ainda com a participação do senador
Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
Para incluir a
ferrovia paraense definitivamente no Sistema Nacional Ferroviário é necessária
autorização do Congresso Nacional. O senador Flexa Ribeiro garantiu estar
determinado a buscar essa aprovação assim que iniciar o ano legislativo de
2018.
Ferrovia
Paraense - “Ainda estamos conversando sobre o fato de o recurso a ser pago pela
Vale para renovação da Estrada de Ferro de Carajás ficar dentro do Pará e ser
aplicado no projeto da Ferrovia Paraense’’, enfatizou Eduardo Leão, a respeito
do pleito do Estado de garantir para o Pará parte dos bilhões de reais que o
governo federal deverá receber pelo pagamento da outorga da Estrada de Ferro de
Carajás, cuja concessão está em vias de expirar. A EFC transporta minério
extraído do território paraense, onde fica o maior impacto social e ambiental
da ferrovia e da mineradora.
Sobre a dragagem
do Quiriri, o Governo do Pará já havia dado início ao processo de estudos para
que o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, recebesse navios do tipo
“Capesize”, com capacidade para até 220 mil toneladas de carga.
Incentivada pelo
governo estadual, a DTA, empresa especializada em engenharia de portos e
dragagem, protocolou em julho deste ano um pedido de PMI para estudos de
dragagem dos canais do Quiriri e do Espadarte, que dão acesso ao porto. A
profundidade dos canais, hoje, é de 14 metros, limitando o acesso a navios com
até 70 mil toneladas. Com a dragagem, a profundidade do canal chegaria a até 22
metros, permitindo o acesso de navios de maior calado e capacidade de carga já
exigida por importadores de produtos da maioria dos países da Europa, da China
e dos Estados Unidos, principais parceiros comerciais do Brasil.
Adnan Demachki
disse que ‘’com os estudos de viabilidade em mãos lutaremos pela dragagem, e
será algo extraordinário para a economia paraense. Um divisor de águas para
economia do Estado’’.