Representantes da China
Communications Construction Company (CCCC), considerada a maior empresa chinesa
de infraestrutura e líder mundial no segmento, se reuniram nesta quarta-feira
(6) com o governador Simão Jatene, no Palácio do Governo, em Belém, para mais
uma rodada de debates sobre o projeto da Ferrovia Paraense.
A vinda da comitiva ao Estado é
fruto de conversas iniciadas em setembro deste ano, quando o
projeto foi apresentado na sede da companhia, na China. A intenção é aprofundar
os estudos para estabelecer parcerias.
Para os chineses, os prospectos
são promissores. Segundo o diretor executivo da CCCC para a América do Sul, Lin
Li, o Pará é uma terra de grandes oportunidades e potencialidades de
investimento, sobretudo pelos canais de exportação de produtos minerais e
grãos. “Somos uma companhia líder de investimentos e construções de infraestrutura,
especialmente para transporte. Na conversa que iniciamos com o governador, em
setembro, apresentamos algumas propostas de investimentos no Pará, e agora
viemos analisar as possibilidades existentes no Estado”, disse.
Para o executivo, com o
lançamento do novo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo
federal, criado para ampliar a relação entre Estado e iniciativa privada, novas
frentes de trabalho poderão surgir em terminais em Vila do Conde, em Barcarena,
e no modal ferroviário, como a Ferrovia Paraense e a Ferrogrão – uma ferrovia
de quase mil quilômetros de trilhos e R$ 8 bilhões de investimentos –, além do
transporte hidroviário pelo Rio Amazonas.
O cenário promissor já vem sendo
estudado pelo conglomerado chinês há um tempo. “O Pará é uma potência na
exportação, e os investimentos em infraestrutura podem melhorar a forma como os
produtos saem do Estado”, analisou.
Avanço - A vinda dos chineses ao
Pará inclui uma visita à área portuária de Barcarena, que deverá ser ampliada
em função da ferrovia. Para o secretário de Estado de Desenvolvimento
Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, presente na reunião com o
governador, a presença dos chineses é sinal positivo e de interesse em
investimentos, mais um passo dado na viabilização do projeto da ferrovia,
considerado o maior na área de infraestrutura e logística do Estado.
“Estivemos na China, em setembro,
conhecemos a CCCC e seu corpo diretor, e apresentamos a eles o projeto da
Ferrovia Paraense. Eles vieram retribuir a visita para conhecer mais o Pará e o
projeto, que é bastante complexo. Trouxeram o corpo de engenheiros já para
aprofundar os estudos”, contou o secretário, lembrando que, no fim de novembro,
o governo do Estado firmou, em Brasília (veja aqui), um memorando de
entendimento com a China Railways Corporation (Crec nº 10), outra empresa
chinesa, também para aprofundar estudos sobre a ferrovia.
A importância da parceria com a
CCCC se dá pela expertise, já que a gigante chinesa atua há mais de 200 anos no
ramo de infraestrutura. “É a maior da China e a primeira de todas. E há um
grande interesse em investir no Pará. Eles já estão promovendo o estudo de
viabilidade técnica e econômica do projeto da ferrovia, que tem seis mil
páginas e tornou-se necessário a tradução do português para o mandarim”,
informou Adnan.
De olho em potenciais
investimentos, a CCCC, considerada a maior empresa de infraestrutura da China,
montou escritório fixo em maio do ano passado no Brasil, onde deve investir R$
40 bilhões em diversos projetos. Além de atuar na construção de portos,
aeroportos, rodovias e ferrovias, opera ativos em outros países. O conglomerado
tem capital misto, mas o controle é estatal. O grupo tem faturamento global de
quase US$ 60 bilhões e mais de 100 mil empregados na China.