Ampliar a
educação em tempo integral e fazer com que a sociedade se aproprie do projeto é
uma das metas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) para 2018. E a
notícia não poderia ser melhor: além de prosseguir em Belém, Ananindeua e
Marabá, no ano que se inicia a modalidade será implantada em mais quatro
municípios (Barcarena, Bragança, Maracanã e Santarém). De 15 escolas de Ensino
Médio, o programa passará a ser oferecido em 22 estabelecimentos.
“Não se trata
apenas de uma política de governo, mas de um projeto da sociedade. Estamos
fazendo com que os nossos alunos se insiram cada vez mais no contexto da
escola”, explica a secretária de Estado de Educação, Ana Claudia Serruya Hage,
acrescentando que a Seduc está empenhada em reformas, adquirindo materiais e
equipamentos, na elaboração de um novo padrão de alimentação escolar, para que,
em 2018, os estudantes matriculados nas
escolas de Tempo Integral sejam melhor assistidos.
No plano de
obras, a escola Temístocles de Araújo, localizada no bairro da Marambaia, em
Belém, já foi reformada, e outras estão com obras em andamento, entre elas a
Mário Chermont (Cremação/Belém), onde o cronograma será concluído em março.
Nesse programa a Seduc investe recursos do Tesouro do Estado e também do
empréstimo concedido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Só em
equipamentos escolares e materiais pedagógicos, estão sendo aplicados R$ 25
milhões.
Primeira fase
será concluída em três anos
O programa
iniciou em 2013 com um projeto piloto que previa a implantação gradativa do
Tempo Integral em dez escolas (seis de Ensino Fundamental; três do Ensino Médio
e uma tecnológica) da região metropolitana de Belém. Neste ano, 15 escolas do
Ensino Médio - sendo 11 na RMB e quatro em Marabá - também aderiram ao sistema,
iniciando o período de três anos de implantação. “Só no final deste prazo (de três anos) é que
as escolas pioneiras do programa serão efetivamente consideradas de Tempo
Integral”, explica a coordenadora do Programa Ensino Médio Integral da Seduc,
Jane Cardoso.
Entre os
objetivos do Tempo Integral no Ensino Médio constam: diminuição dos índices de
evasão e desistência dos alunos e elevação dos índices de aprendizagem e
aprovação e dos alunos do Ensino Médio.
Segundo Jane
Cardoso, essas escolas assumiram o desafio de reconfigurar as suas propostas
pedagógicas, objetivando a promoção de aulas e atividades mais articuladas
entre as diferentes áreas de conhecimento. Para isso, desenvolvem projetos e
oficinas que se coadunam não só com os conteúdos escolares, mas também com a
vida dos estudantes. “Temas importantes para os jovens passaram a entrar com
mais frequência nas escolas”.
A proposta
pedagógica de Tempo Integral agrega as aulas regulares com as oficinas
socioeducativas e programas federais já existentes nas escolas, entre eles o
‘Mais Educação’ (Ensino Fundamental) e o Ensino Médio Inovador (Proemi). “A
proposta preconizava a organização pedagógica na perspectiva de turno único,
perfazendo um total de 9h30/dia. Atualmente, dez escolas do Ensino Fundamental
funcionam em Tempo Integral em Belém e Ananindeua”, reforça a coordenadora.
Investimento em
equipamentos e assistência aos alunos chega a 25 mi
Com foco na
ampliação do Ensino em Tempo Integral, a Seduc está adquirindo um grande pacote
de materiais e equipamentos escolares, que serão entregues ao longo do período
letivo de 2018, na medida em que os processos de compra forem finalizados,
demandando licitações. Trata-se de um
investimento de 25 milhões de reais, oriundos do orçamento do Estado e da
União, que será feito ao longo de 2018 e 2019.
Estão sendo
comprados:
18.500 “kits
aluno” (bandejão para refeição; copos e talheres)
111 “kits
cozinha” (panelas, colheres, conchas, entre outros itens);
15 computadores
por escola de Tempo Integral;
Material
esportivo: 15 itens por escola;
Instrumentos
musicais: 16 itens por escola;
Material para
laboratório multidisciplinar: 17 itens por escola;
Comunidade
Escolar aprova Escola de Tempo Integral
Uma das
pioneiras na implantação do Tempo Integral no Ensino Médio, a Escola Estadual
Augusto Meira, no bairro de São Brás, em Belém, conta hoje com sete turmas de
primeiro ano; cinco de segundo ano e quatro de terceiro ano funcionando durante
o dia todo. São, no total, 484 alunos que entram na escola às 7h15 e só saem às
17 horas.
Para a técnica
pedagógica da escola, Ana Helena Gomes, que acompanhou a implantação, por se
tratar de uma proposta inovadora as dificuldades do início foram naturais, mas
os primeiros frutos desse trabalho já começam a ser colhidos. “Tem sido bom
para todos – para os alunos, que passam a ter mais tempo para estudar; para os professores, que não necessitam mais
se dividir entre várias escolas, pois se tornaram exclusivos do Augusto Meira;
e para as famílias, que agora sabem que os jovens passam o dia inteiro
conosco”, pontua.
A professora de
Língua Portuguesa da escola Augusto Meira, Rita Freire, que leciona há 23 anos
na rede pública estadual, tem a mesma visão: do ponto de vista pedagógico, o
Tempo Integral permite que os professores disponham de mais tempo. “Como temos
dois turnos para trabalhar os conteúdos, fica mais fácil realizar atividades
diferenciadas, como oficinas e, ao mesmo tempo, interagir com outros
professores, promovendo atividades multidisciplinares”, aponta.
Aluna do
terceiro ano do Ensino Médio, Larissa Barbosa, 17 anos, estuda em regime de
Tempo Integral desde o primeiro ano na escola Augusto Meira e acredita que a
grande diferença dessa modalidade de ensino é a melhor preparação dos jovens.
“O Tempo Integral nos dá melhores condições de ingressar na faculdade, tornando
o nosso aprendizado mais eficaz. Vejo isso ao conversar com amigos que estudam
em escolas que não são de Tempo Integral, e eles ficam surpresos com o que
fazemos aqui. Temos, por exemplo, simulados em todas as nossas avaliações e um
trabalho diferenciado em cima da questão da redação, o que nos ajuda muito”,
conta a estudante.
Na Escola
Estadual Joaquim Viana, em Ananindeua, o programa de Tempo Integral iniciou em
2017 com quatro turmas do primeiro ano do Ensino Médio. Para a professora de
Língua Inglesa Mônica Ramos, além das atividades diferenciadas, a jornada
estendida permite que os estudantes saiam das ruas. “Estar mais envolvido no
ambiente de educação é benéfico para o aluno e para a sociedade como um todo.
Para nós, professores, é importante porque temos mais tempo para desenvolver a
nossa prática pedagógica”, avalia.
O diretor da
escola, Antônio Pamplona, acredita que o Tempo Integral representa o futuro da
educação. “Além de facilitar a aprendizagem do conteúdo, o Tempo Integral tira
os jovens da ociosidade, pois eles passam o dia inteiro na escola. Eles começam
a interagir mais com o ambiente escolar e a gostar mais dele”, ressalta.
Matrículas
A pré-matrícula
via internet para as escolas de Tempo Integral encerram-se no dia 7 de
janeiro. Assim como acontece com as
demais escolas da rede, os novos alunos que pretendem estudar nessas escolas
precisam se inscrever previamente no pelo site da Seduc (www.seduc.pa.gov.br)
Veja quais as
escolas são de Tempo Integral
Belém: Dr. Mario
Chermont, Dr. Ulysses Guimarães, Vilhena Alves, Augusto Meira, Prof.
Temístocles de Araújo, Visconde de Souza Franco, Manoel Leite Carneiro,
Avertano Rocha e Padre Eduardo. Em Marabá: Dr. Gabriel Sales Pimenta, Plínio
Pinheiro, Liberdade, Dr. Gaspar Viana.
Ananindeua:
Antônio Teixeira Gueiros e Joaquim Viana.
Escolas que vão
ofertar o Tempo Integral em 2018
Barcarena: José
Maria de Moraes
Bragança: Profª
Argentina Pereira, Profº Bolivar Bordalo da Silva e Luiz Paulino Mártires
Maracanã:
Izidório Francisco de Souza
Santarém: Frei
Ambrósio e Profª Maria Uchoa Martins.