“Terra sem mal”, primeira a
mostra contemplada pelo Edital Público de Pautas do Espaço Cultural 2018 do
Banco da Amazônia, terá sua abertura no dia 6 de fevereiro, na sede da
Instituição. A exposição fotográfica é de autoria do fotógrafo Rafael Gamba e
colaboração da artista visual Viviane Gueller e produção de Fatinha Silva. O
projeto revisita a década de 70, destaca temas sobre os limites conflituosos
entre a cidade e a selva, as queimadas, os indígenas e os posseiros, e retrata
a região Amazônica como a última fronteira a ser conquistada.
A proposta apresentada por Gamba
teve como inspiração acontecimentos marcantes de 1970. “O projeto remete a toda
uma mitologia, da busca em vida por um lugar onde não haveria doenças, guerras
ou fome, onde seria possível viver em segurança. A exposição trata da
revisitação de um arquivo fotográfico constituído justamente nesta época”,
relata o fotógrafo. Outro tema em evidência na mostra são os desfiles
militares, tão comuns naquela década.
A mostra traz, ainda, um
significado afetivo ao fotógrafo. “As imagens me aproximam de um período vivido
pela minha família, conectando à minha trajetória de vida. Ao mesmo tempo, é
muito válido refletir sobre nosso país e o período de ditadura militar e seu
modelo de desenvolvimento, considerando o período atual. Vivemos este momento
de inflexão e questionamentos”, salientou.
Na exposição, há fotografias
coloridas e em preto em branco, com dimensões entre 40 x 60cm e 1,00 x 1,50m,
ampliadas a partir de imagens feitas pelo pai do artista, Isidorio Gamba, em
1970, quando este vivia em Manaus. Para conseguir o resultado alcançado, as imagens
foram projetadas e fotografadas com a mesma câmera que originou as fotos da
época. O artista se preocupou com cada detalhe, conseguindo extrair pequenos
fragmentos, manchas, desbotamentos, capturando–os com seu olhar diferenciado e
selecionando o que havia de mais representativo para a sociedade amazonense que
vivenciou os anos 70.
Rafael Stock Gamba
Nascido em Manaus, Rafael Stock
Gamba vive e trabalha em Porto Alegre. É fotografo desde os 14 anos por
influência de seu pai. Autodidata, participou também do curso de extensão
Séries Fotográficas, ministrado pelo artista e professor alemão Klaus W.
Eisenlohr, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Participou de grupos
de discussões em fotografia, como o coordenado pelo professor Fernando Schmitt.
Atualmente frequenta o grupo de estudos do Barraco Cultural/Galeria Mascate,
sob coordenação de Marco A.F. e Tiago Coelho. Sua pesquisa em fotografia
envolve vazios urbanos e o uso de processos de revelação analógicos.
Viviane Gueller
Doutoranda pelo PPGAV/UFRGS,
mestre em Poéticas Visuais e formada em jornalismo, a artista visual Viviane
Gueller foi premiada pelo Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 11ª
edição (2015) e indicada ao VIII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas (2014). Em
2012, participou da Mobile Radio da 30ª Bienal de São Paulo. Foi selecionada
para o 58º Salão de Abril, 29º Salão do Pará e II e VIII Prêmio Diário
Contemporâneo de Fotografia e premiada no 16º Salão da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Possui uma obra no acervo do Museu de Arte Contemporânea-RS.
Serviço:
Vernissage da Exposição “Terra
sem Mal”
Hora: 18h30
Data: 06/02/2018
Local: Espaço Cultural Banco da
Amazônia
