Com previsão de vacinar aproximadamente
32 mil bovídeos em mais de 601 propriedades rurais, a Agência de Defesa
Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) iniciou nesta quinta-feira (15), a
Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa nos municípios de Faro e Terra
Santa. A vacinação segue até o dia 30 de abril, somente nos dois municípios,
que ficam localizados no extremo oeste paraense. Essa é a primeira etapa das
cinco que ocorrem para livrar o estado da doença ao longo do ano.
Faro e Terra Santa são
classificados como zonas de proteção, por fazerem divisa com o estado do
Amazonas. Essa região mantém uma condição diferenciada: grande parte dos
produtores possui áreas no Amazonas, que alagam em determinadas épocas do ano
e, quando isso ocorre, migram o rebanho para propriedades paraenses. Por isso,
a importância da vacinação nesse período, para que a doença não entre no Pará.
O gerente do Programa Estadual de
Erradicação da Febre Aftosa, da Adepará, George Santos, ressalta que nesta
etapa, todo rebanho, independentemente da idade, deve ser vacinado. “Na última
campanha, em novembro do ano passado, realizamos a vacinação apenas do rebanho
de 0 a 24 meses de idade, conforme o planejamento estratégico do Ministério da
Agricultura (Mapa), para retirada da vacinação em todo o país até 2023. Nesta
etapa, voltamos a vacinar os bovídeos de todas as idades, segundo o calendário
de vacinação”, explica.
Área livre
O estado do Pará receberá da
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE na sigla em inglês) juntamente com os
estados do Amazonas, Amapá e Roraima, o reconhecimento de área totalmente livre
de febre aftosa. A certificação internacional será repassada ao Brasil durante
a 86ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OIE, que ocorrerá em
Paris (França), de 20 a 25 de maio deste ano, ocasião onde o Brasil finaliza o
processo de erradicação da doença em território nacional, declarando todo o
país como livre de febre aftosa com vacinação.
Em 2017, o Pará recebeu do
Ministério da Agricultura, o certificado de área totalmente livre de febre
aftosa, referente aos oito municípios paraenses que possuem divisa com os
estados do Amazonas e Amapá, e que eram as únicas zonas do Estado que ainda não
detinham o reconhecimento.
Com a certificação internacional
a ser conferida pela OIE, o gado paraense e dos demais estados do Norte
brasileiro vão se igualar sanitariamente e economicamente ao restante do
Brasil. “O reconhecimento internacional abre mercado à economia paraense, pois
a maioria dos municípios tem a pecuária como sua principal atividade e, a
partir da certificação, os animais poderão ser comercializados dentro e fora do
estado, nos mercados mais exigentes”, ressalta o diretor geral da Adepará, Luiz
Pinto.