As polícias Civil e Militar
apresentaram nesta segunda-feira (23), em entrevista coletiva, na
Delegacia-Geral, em Belém, informações sobre a operação integrada que resultou
na prisão do maranhense Adriano da Silva Brandão, conhecido como "Adriano
Pânico" ou "General", líder de um grupo especializado em
assaltos a carros-fortes.
Com ele, os policiais apreenderam
um fuzil AK 47 - arma de guerra -, dezenas de munições, dois coletes à prova de
balas, quatro capuzes tipo "balaclava", luvas, cordel detonador de
explosivos, carregadores de armas e
roupas camufladas. O material é usado em assaltos a veículos de empresas de
transporte de valores. Adriano é um dos envolvidos no ataque a dois
carros-fortes da empresa Prosegur em 30 de novembro do ano passado, perto da
fazenda Cedro, a 50 quilômetros da sede de Marabá, no sudeste do Estado. Com a
prisão de Adriano, três envolvidos no assalto estão presos, um morreu e outros
três inda estão foragidos.
Na ocasião, os veículos
transportavam dinheiro para agências bancárias da região, quando a estrada foi
bloqueada por cerca de oito homens, em três carros. O grupo fez disparos de
fuzil calibre ponto 50 em direção aos carros-fortes. Os vigilantes abandonaram
os veículos na rodovia. Em seguida, os acusados roubaram os malotes.
Tendo à frente o delegado-geral
adjunto da Polícia Civil, Rogério Morais, a coletiva pelo também contou com os
delegados Silvio Maués, diretor de Polícia do Interior; Tiago Belieny e Fausto
Bulcão, da Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos e Antisequestro (DRRBA),
vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), e Ricardo Rosário,
titular da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), além do coronel PM
Marco Antônio Rocha, chefe do Departamento Geral de Operações da PM do Pará.
Veículo roubado - De acordo com o
delegado Fausto Bulcão, a prisão foi realizada na Rodovia Belém-Brasília
(BR-010), em uma estrada vicinal situada próxima à cidade de Dom Eliseu, quando
o acusado conduzia o carro desde Imperatriz (MA) com destino ao município de Rondon
do Pará. "Recebemos a informação de que ele seguia em um carro modelo
Range Rover Evoque, cor branca. Ficamos de campana na estrada até
identificarmos o veículo, que é roubado e clonado", contou o delegado. O
carro, com placa de Itajaí (SC), teve os bancos de trás retirados para dar
espaço ao fuzil ponto 50.
Em 19 de janeiro deste ano foi
realizada uma operação coordenada pelos delegados Evandro Araújo, diretor da
DRCO, e Ricardo do Rosário, com apoio da Superintendência Regional de Marabá e
da Seccional de Polícia de Marabá, e ainda de policiais do Grupo Tático
Operacional (GTO) da PM de Marabá, para prender os suspeitos de autoria do
assalto, que estavam em uma casa no Bairro Belo Horizonte, em Marabá.
Durante a operação foi preso
Alexandro da Costa Souza, natural de Marabá, que foi encontrado em uma
caminhonete usada para transportar as munições e os explosivos usados no crime.
Alexandro era responsável pelo material. Sua prisão permitiu aos policiais
localizarem o endereço onde estava o restante do grupo.
Segundo a polícia, na chegada das
viaturas ao esconderijo os outros integrantes do bando começaram a atirar. Na
troca de tiros, o pernambucano Saulo Frederico Alves Freire, de apelido
"Pernambuco", foi morto. Ele chegou a usar o fuzil ponto 50 contra os
policiais. Durante a perseguição foi preso Josiel Oliveira Costa, natural de
Macapá (AP).
Outros quatro integrantes do
bando, entre os quais Adriano, invadiram uma casa, fizeram duas pessoas reféns
e tentaram fugir no carro da família. Houve perseguição pela cidade de Marabá.
Os acusados liberaram os reféns e seguiram no carro roubado até as margens do
Rio Itacaiúnas, onde abandonaram o veículo e fizeram um barqueiro refém para
atravessar o rio. Já do outro lado do Itacaiúnas, eles liberaram o barqueiro e
entraram na mata.
A Polícia Civil passou a
investigar o paradeiro dos envolvidos no crime. Na noite do último domingo
equipes da DRCO e da DRFR abordaram o carro onde estava Adriano Brandão, que é
fugitivo do presídio de Pedrinhas, no Maranhão, e tem três ordens judiciais de
prisão por assaltos a carros-fortes em Marabá (PA), no Maranhão e no Tocantins.
O grupo também é acusado de
envolvimento no ataque a carros-fortes ocorridos há cerca de um mês em Alto
Alegre, no Maranhão, e em fevereiro deste ano no interior do Estado do Piauí.
Adriano chegou a passar 10 anos preso no Pará, por envolvimento em roubo a
banco na modalidade conhecida como "vapor" ou "novo
cangaço", em Tucuruí. Ao voltar à liberdade, passou a atuar em assaltos a
carros-fortes.