Projeto Bombeiros da Vida completa 16 anos de atividades

Salvar vidas tem sido a principal missão do Projeto Bombeiros da Vida, que completou nesta sexta-feira, 18, 16 anos de atividades. Gisele Lobo é uma das mães lactantes que disponibiliza seu tempo e atenção para doar o excedente de leite produzido. “Faz exatamente um mês que participo do projeto como doadora e, para mim, como mãe, esse trabalho significa salvar vidas. As crianças que estão na UTI necessitam e doar é um ato que todas nós que podemos deveríamos fazer pelo outro, proporcionar esperança”.

O leite que é coletado pelos integrantes do Bombeiros da Vida passa por um tratamento especial, desde o armazenamento até o transporte. “Quando o leite chega à Santa Casa vai para a sala de recepção de leite in natura. Lá ele passa pelo processo de registro e pasteurização, depois pelo controle de qualidade, onde serão analisados quais os leites mais gordurosos e menos gordurosos, níveis de proteína e assim eles poderão saber qual vai para cada criança”, explica a cabo Késia Lima.

O coronel Augusto Lima, comandante geral em exercício do Corpo de Bombeiros, parabeniza os envolvidos no projeto. “Só sabe a verdadeira importância desse projeto quem tem um filho que esteja na situação de risco de vida por não ter alimento, e o projeto vem, coleta o leite materno, processa e entrega a essa criança para que ela possa sobreviver. Nestes 16 anos, centenas de vidas foram salvas, parabenizo os militares que desenvolvem um projeto tão lindo, a parceria com a Santa Casa, as mães e todos que fazem parte, direta ou indiretamente”.

Como funciona

Idealizado pelo Ministério da Saúde, o Projeto Bombeiros da Vida surgiu com o objetivo de aumentar e complementar a coleta de leite humano. Implantado em 2002 em Belém, por meio de uma parceria entre o Banco de Leite Humano da Fundação Santa Casa do Pará e o Corpo de Bombeiros Militar do Pará, o projeto desenvolve atividades como: sensibilização das puérperas (mulheres que acabaram de dar à luz), cadastramento de doadoras, coleta domiciliar de leite, divulgação do projeto em escolas, empresas, eventos e postos de saúde, entre outros, com a finalidade de apoiar a amamentação exclusiva até os seis meses de vida e estimular a doação de leite humano no Estado.

Diariamente também é feito contato telefônico com as doadoras, organização das rotas por bairros para a coleta domiciliar, visitas domiciliares e registro do leite doado, para posterior controle de qualidade, por uma equipe composta por 13 militares e oito voluntárias civis. Atualmente, cerca de 40 atendimentos domiciliares são realizados, com orientação das mães quanto à ordenha e armazenamento adequado do leite que será doado, assim como é oferecido apoio em dificuldades que a mulher possa ter ao amamentar.

Desde sua criação, o projeto tem contribuído de forma significativa para o aumento do estoque de leite humano no Banco de Leite. No primeiro trimestre deste ano, como resultado da atuação direta do Bombeiros da Vida, foram realizadas 1.637 visitas domiciliares, com cerca de 40 atendimentos de apoio às mães, principalmente os relacionados aos problemas da amamentação: fissuras, ingurgitamento, mastite, entre outros.

Atualmente, o Bombeiros da Vida está com 180 doadoras cadastradas. Além da capital e o distrito de Mosqueiro, em Belém, o projeto percorre 55 bairros dos municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides, Castanhal, Santa Izabel do Pará e Santa Bárbara. O desafio é ampliar as atividades desenvolvidas e expandir o número de doadoras ativas, uma vez que o volume de leite coletado ainda não é suficiente para alimentar os recém-nascidos internados no berçário da Santa Casa.

Com 24 anos de serviços na corporação, a subtenente Rubenita Trindade, coordenadora do projeto Bombeiros da Vida, diz que quando se é mãe você sempre pensa no bem-estar do filho. “Estou há dois anos no projeto, como mãe e bombeira, somos a esperança que eles precisam. Nossa missão é ir a busca do leite materno para alimentar 160 crianças que estão internadas na UTI neonatal. Então, quando identificamos que a geladeira está vazia é um desespero, mas saber que podemos proporcionar atividades para aumentar o estoque de leite nos motiva. O projeto é amor e é o que nos move”, ressalta.

Podem ser doadoras, mulheres que estão amamentando, apresentem excesso de leite, estejam em boas condições de saúde, não façam uso de medicamentos que impeçam a doação e estejam disponíveis a coletar e a doar o excedente. As mães recebem um kit orientação, que contém uma touca, uma máscara e um pote de vidro para o leite. "Na primeira visita nós fazemos a demonstração de como se tira o leite, que é através da técnica de ordenha; mostramos a massagem da mama como é feita; como ela irá usar o material de proteção e como ela vai fazer para manusear o leite, assim que retirado do seio. Na semana seguinte nós voltamos para recolher o leite que for doado”, informa a Cabo Késia Lima. O leite precisa ser retirado depois que o bebê mamar ou quando as mamas estiverem muito cheias. Após retirar, a doadora precisa armazenar o frasco diretamente no congelador.

Serviço:
As doadoras ou aquelas que tenham interesse em doar podem entrar em contato pelos telefones: 4009-2212 / 4009-0375 ou pelo site da Santa Casa (http://www.santacasa.pa.gov.br/doadoras) e do Corpo de Bombeiros do Pará (http://www.bombeiros.pa.gov.br/campanhas/cadastro-de-doadoras-de-leite-materno). A doadora não precisa ir até a Santa Casa. Uma equipe do projeto Bombeiros da Vida faz a coleta no domicílio.