O Pará apresenta as
potencialidades do seu rebanho, a partir desse mês, com as aberturas de feiras
e exposições agropecuárias, que movimentam produtores rurais de todo o país, em
busca de inovações no agronegócio e trocas de experiências. A maior feira do
segmento do agronegócio, a 23ª Expo Carajás, abriu as portas no dia 3, com uma
cavalgada pelas ruas da cidade de Redenção, sul do estado, com a participação
de 1.200 cavaleiros e amazonas. A expectativa de público é de 200 mil pessoas
até o encerramento, neste sábado (9).
A 23ª Expo Carajás ficou apenas
dois anos sem ser realizada, mas retomou em 2017, ganhando força na edição de
2018, de acordo com Valteir Rezende, presidente da entidade organizadora do
evento, o Sindicato Rural de Redenção, Bannach, Cumaru do Norte e Pau D’Arco
(SRR). “Apesar da crise que estamos vivendo, há uma grande motivação no setor,
principalmente dos patrocinadores, por se tratar de um evento muito importante
para a economia do Pará, que atrai empresários de outros estados e muitas
oportunidades de negócios para a região”, pontuou.
Ele destaca ainda a importância
do agronegócio para a região e, principalmente, para os municípios de Redenção,
Bannach, Cumaru do Norte e Pau D’Arco, considerados “promissores” na produção
agropecuária e que, cada vez mais, ganham importância na agricultura, na
produção de milho e soja. “Por isso, estamos intensificando as atividades do
agronegócio, com a comercialização de maquinários e implementos nessa área”,
reforçou o presidente da SRR.
Também é destaque na 23ª Expo
Carajás o Torneio Leiteiro, que movimentou os produtores rurais de Redenção e
dos municípios vizinhos para os três dias da competição que encerra nesta
sexta-feira (8), com a premiação ao dono do animal que mais ordenhou leite
durante o evento. A nova modalidade da feira teve uma participação grande de
competidores neste ano em relação a 2017, subindo de 3 para 18 participantes.
A programação de hoje segue às
16h, com a prova de Marcha de Miore; leilão de gado de leite às 19h; abertura
do rodeio mirim e profissional, a partir das 21h; e show com o cantor Edu
Braga, a partir da meia noite. O encerramento do evento é neste sábado (9), com
programação a partir das 16h, incluindo prova de três tambores, final do rodeio
mirim e profissional, e show com Guilherme Santiago.
Parcerias
Entre os trabalhos apresentados
na 23ª Expo Carajás, estão o da Secretária Municipal de Agropecuária,
Indústria, Comércio e Turismo de Redenção, que iniciou a implantação da
Fazendinha, para demonstrar ao pequeno produtor o potencial produtivo e o
melhor gerenciamento dos espaços em pequenas propriedades.
A Agência de Defesa Agropecuária
do Estado do Pará (Adepará) também está presente na 23ª Expo Carajás, com
emissão de Guia de Trânsito Animal e monitoramento de toda a documentação de
acompanhamento dos animais que participam da exposição, dos torneios, leilões,
além das provas.
Potencial
Segundo informações da Secretaria
de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), o Pará possui um rebanho
bovino estimado em 21 milhões de cabeças de gado, concentrando 75% nas regiões
sul e sudeste do estado, principalmente nos município de Marabá, Redenção,
Santana do Araguaia, Xinguara e Eldorado dos Carajás, onde estão também os
principais frigoríficos. O Pará também concentra, na região do Marajó, o maior
rebanho de bubalinos do estado, com pouco mais de 376 mil cabeças de búfalo.
Recentemente, o Pará recebeu o
reconhecimento internacional de área 100% livre de febre aftosa, na programação
da 86ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na
cidade-sede do órgão, em Paris, na França, no último dia 24 de maio. Além do
Pará, foram certificados os estados do Amapá, Amazonas e Roraima, elevando o
Brasil à condição de país 100% livre de febre aftosa.
Segundo a Adepará, o próximo
passo é tornar o Pará área livre de doença sem vacinação, garantindo a abertura
de mercados em todo o mundo, já que a população paraense consome apenas 30% da
produção de carne bovina do Estado. O Pará “livre de febre aftosa sem
vacinação” será possível por meio de um programa do Ministério da Agricultura
com produtores para cessar a vacinação no país até 2023.