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Pesquisa mulheres empreendedoras Unama - Foto - Alessandra Fonseca |
Mulheres empreendedoras de diversas
origens socioculturais e econômicas foram entrevistadas durante a pesquisa
intitulada “Impacto do Ambiente sociocultural nas práticas gerenciais de
mulheres empreendedoras da Amazônia Brasileira”, idealizada pela aluna do
último período do curso de Ciências Contábeis, Joyce Costa, e sua orientadora,
a Prof. Dra. Márcia Moreira, do Programa de Mestrado e Doutorado em
Administração da Universidade da Amazônia (UNAMA). O objetivo do estudo, que
foi apresentado no Programa de Iniciação Científica (PIBIC/UNAMA/CNPq), é
entender se as origens culturais interferem no sucesso de um negócio.
Práticas gerenciais empreendedoras são
ações utilizadas para traçar indicadores de desempenho, delegação de decisões,
estímulos ao aprendizado e pagamento com base em desempenho individual. Esses
mecanismos auxiliam na manutenção do bom funcionamento de uma empresa, por
exemplo.
A pesquisa estuda o impacto que o
ambiente sociocultural e econômico exerce sobre as práticas gerenciais de
mulheres empreendedoras. Como resultado, foi observado que todas as mulheres,
independente de classe social, origem e cultura, fazem uso destes conceitos em
seus negócios. Durante as entrevistas, foram analisados o nível de educação,
localidade e experiência profissional, totalizando 26 perguntas
semiestruturadas.
Aluna de iniciação científica, Costa
conta que essa pesquisa é a base para futuros projetos, como o Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC), que vai focar em mulheres empreendedoras do Mercado
Ver-o-Peso. “Queremos entender o que leva essas mulheres a entrarem no mundo do
empreendedorismo, suas dificuldades e quais métodos gerenciais contábeis
utilizam, mesmo que de forma intuitiva. Durante a pesquisa foi confirmado que o
número de mulheres empreendedoras no Brasil e na região Norte vem crescendo e
isso impacta diretamente no crescimento econômico do país. Acredito que foi
isso um dos principais motivos que justificam a importância dessa pesquisa”,
afirmou.
Além disso, a pesquisa identificou um
aumento nos índices de empreendedorismo no Brasil em função da crise econômica
atual, de acordo com a professora Márcia Moreira. “Existe uma necessidade muito
grande de gerar renda e uma escassez muito grande de emprego. Parte dessas
mulheres, com a crise, ficaram desempregadas e viram no empreendedorismo a
possibilidade de gerar renda para si e principalmente para as suas famílias.
Isso nos leva a querer pesquisar. Entre as mulheres que empreendem por
necessidade, ela precisam de um auxílio especializado, principalmente quando se
trata de práticas de gestão, que é de interesse do Programa de Pós-graduação
Pesquisa em Administração da UNAMA”, afirmou a professora.
Uma das entrevistadas na pesquisa sobre
mulheres empreendedoras na Amazônia é Cecília Athayde, que há sete anos
resolveu iniciar o seu próprio negócio no segmento infantil. Para a empresária
a alta carga tributária é a maior de todas s dificuldades enfrentadas ao abrir
uma loja. Como mulher, ela destaca a dificuldade de conciliar o trabalho com as
tarefas do dia a dia, ser mãe e atividades domésticas. “Mulheres empreendedoras
são guerreiras. Não deixamos de ser mãe e esposa e ainda conseguimos, com
grande maestria, ser organizadas, disciplinadas e incansáveis. Mas não somos
boas porque nascemos assim. Somos boas por que investimos em uma carreira
sólida baseada em conhecimento técnico e princípios éticos”, concluiu.