Vinte pontos que estavam interditados
nas rodovias estaduais devido à greve dos caminhoneiros foram liberados. O
sistema de segurança pública informa que em oito horas de operação e negociação
com os grevistas chegou a um acordo para o desbloqueio.
A estimativa é de que 5 mil caminhões
retornaram às suas rotinas ainda durante a noite de quarta-feira, 30. Um dos
pontos mais críticos para a descentralização dos manifestantes foi no KM 25 da
BR 316, próximo à entrada da ilha de Mosqueiro. Somente lá, cerca de 500
caminhões deixaram o local de interdição.
A previsão é que em até 72 horas os
combustíveis voltem às bombas de postos em todo o estado, e em até uma semana
os produtos alimentícios devem estar normalizados.
A Operação para a desobstrução dos bloqueios
foi realizada por agentes de segurança do Exército, Secretaria de Estado de
Segurança Pública (Segup), através da Secretaria Adjunta de Gestão Operacional
(SAGO); Polícia Militar, por meio do Batalhão de Policiamento Rodoviário
(BPRV), Polícia Rodoviária Estadual e Federal, além do Grupamento Aéreo de
Segunda Pública (Graesp).
Os 20 locais desobstruídos no Pará
integravam os 1.460 pontos bloqueados pelos caminhoneiros em todo o Brasil.
Hoje restam apenas 65 no País, um deles no Pará, mas em uma rodovia federal, a
BR 163. "Em todo o País as forças de segurança se uniram, e com esse
esforço integrado e alinhado foi possível realizar o desbloqueio sem conflitos.
Nesse sentido consideramos que os resultados foram excelentes", avalia o
titular da SAGO, Coronel André Cunha.
Ele destaca que o Pará é um bom exemplo
dessa integração. "Tanto as duas missões de saídas de comboios de
combustíveis quanto o desbloqueio é fruto de uma ação conjunta onde o apoio das
Forças Armadas, em especial o Exército, foi fundamental para que ocorressem sem
conflitos. Tivemos excelentes resultados à base de negociação com os comandos
grevistas nos locais de bloqueio para atuar com nossa proteção a quem queria
retornar ao trabalho", explica Cunha.
Segundo André Cunha, muitos caminhoneiros
estavam parados por ordem do comando grevista. "Quando nós chegamos ao
local, oferecemos segurança para que eles fizessem o que achavam correto; eles
se sentiram confiantes e protegidos para se deslocarem. Com a liberação do
primeiro ponto, houve o efeito cascata em todo o Estado”, afirmou.
Combustíveis - A previsão dos
distribuidores repassada à Segup é de que em até 72 horas os combustíveis
voltem às bombas dos postos de combustíveis em todo o estado. Esse tempo é
necessário pela logística que envolve o transporte para os municípios mais distantes, muitos deles abastecidos por meio
de barcos, como é o caso do arquipélago do Marajó.
Ceasa - Em relação aos
hortifrutigranjeiros, ainda na noite de quarta-feira, 50 caminhões acessaram a
Ceasa do Pará, mas com muitos produtos já sem condições de consumo. Os
caminhões retornaram para reabastecimento e as operações na Ceasa devem ser
normalizadas de 4 a 5 dias.
Cirurgias - A Secretaria de Estado de
Saúde Pública (Sespa) informa que a partir de segunda-feira, 4, todas as
cirurgias eletivas serão realizadas normalmente. A Sespa ressalta ainda que há
baixa no estoque de sangue da Fundação Hemopa. Diante disso, a Secretaria faz
um apelo aos doadores para que se dirijam ao Hemopa e assim, reforçar a quantidade
de bolsas de sangue no hemocentro estadual.
Água - A Companhia de Saneamento do Pará
(Cosanpa) informa que só parte dos produtos para o tratamento da água chegaram
ao destino. O restante ainda está em deslocamento. A Cosanpa acredita que tudo
se normalize nos quatro municípios atingidos (Itaituba, Conceição do Araguaia,
Dom Eliseu e Bragança) na próxima segunda-feira, 4.