O Arraial de Todos os Santos,
programação junina oficial do governo do Estado, encerrou na sexta-feira (5),
na Casa das Artes, com a apresentação de 16 Pássaros Juninos de Belém,
Mosqueiro, Icoaraci e Outeiro. Na ocasião, dezenas de nobres, matutos, índios,
feiticeiras e fadas desfilaram pela quadra da instituição e encenaram a bela
história que se repete nas festas paraenses de São João há mais de 100 anos.
Segundo Elaine Oliveira,
coordenadora de artes literárias e expressão de identidade da FCP, esse já é um
evento tradicional na Casa das Artes. “É quando os Pássaros e Guardiões se
reúnem para homenagear os próprios grupos e, ao mesmo tempo, num ato simbólico,
reavivar a tradição dos cordões de Pássaros e Bichos”, explica a coordenadora.
Outro fato destacado pela
servidora foi a significativa presença de crianças e adolescentes nas
apresentações. “Desde o ano passado estamos percebendo cada vez mais a presença
de crianças e adolescentes nas encenações, porque os guardiões estão com uma
preocupação muito grande de manter essa tradição”, comenta. Além do que, ela
destacou que, por conta do trabalho que tem sido feito em parceria com a Casa
das Artes, esse tipo de manifestação vem passando por uma valorização nos
últimos dez anos, inclusive a Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal
do Pará (UFPA) oferece agora uma disciplina sobre o estudo dos Pássaros
Juninos.
Iracema Oliveira tem 81 anos e é
a guardiã do Pássaro Tucano, do bairro do Telégrafo, na capital. Desses 81 anos
ela passou pelo menos a metade produzindo grupos de pássaros em Belém, e sobre
a fugida, revela: “isso só é possível graças à união dos guardiões, o que nos
deixa muito feliz, e também graças à FCP, que nos deu de presente uma oficina
de bordados, para que a gente pudesse se reunir, se reencontrar e montar esse
belo espetáculo”, contou Iracema.