Justiça bloqueia R$ 105 milhões de donos de aterro



Em resposta a um pedido feito pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), o juiz Daniel Bezerra Montenegro Girão, da 1ª vara cível e empresarial de Marituba, determinou o bloqueio de R$ 105.028.940,00 (cento e cinco milhões, vinte e oito mil, novecentos e quarenta reais) das empresas responsáveis pelo aterro sanitário instalado no município de Marituba. As donas do empreendimento anunciaram que a partir do próximo dia 31 de maio o local não receberá mais resíduos gerados em Belém, Ananindeua e Marituba.

O bloqueio de valores atinge as empresas Guamá Tratamento de Resíduos Ltda., Revita Engenharia S/A, Vega Valorização de Resíduos S/A e Solvi Participações S/A, responsáveis pelo aterro sanitário. A Justiça também determinou que elas providenciem o tratamento de todo o passivo ambiental existente no empreendimento, especialmente o chorume e o gás tóxico emanado pelos resíduos.

Em entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (27), no auditório da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude, em Belém, membros do MPPA explicaram que o pedido de bloqueio dos valores das empresas busca resguardar os direitos da população da região metropolitana de Belém e garantir recursos para implementar as medidas necessárias ao tratamento efetivo dos resíduos depositados no aterro sanitário.

Nota de Posicionamento sobre Ação Judicial – Guamá Tratamento de Resíduos

A Guamá Tratamento de Resíduos informa que irá recorrer da decisão judicial, apresentando à justiça detalhes de inconsistências e omissões relatadas na ação movida pelo Ministério Público do Estado. As abordagens do MPE causam, no mínimo, estranheza, conforme brevemente descrito a seguir:

1)         É do conhecimento da Promotoria de Marituba que a Guamá repudiou e agiu imediatamentepara esclarecer episódio isolado de despejo irregular em Benevides. Assim que tomou conhecimento da denúncia, em novembro de 2018, foi a própria Guamá que imediatamente acionou a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e tomou providências corretivas junto à terceirizada envolvida no caso. As empresas contratadas pela Guamá são licenciadas e obrigadas a seguir rígidos protocolos de segurança. Toda a ação foi acompanhada não só pelo MP de Marituba, mas também pela Semase Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. O uso deste episódio, fora de contexto, evidencia tentativa de influenciar ou induzir o entendimento do judiciário acerca da ação, que em nada possui relação com o episódio.

2)         A empresa sempre reforçou que o tratamento de chorume e todas as medidas necessárias e legais de ações de controle ambiental mesmo após o fim do recebimento de resíduos, definido para 31 de maio seriam mantidas por até 20 anos.O valor remanescente do primeiro bloqueio de valores da empresa é suficiente para tratar todo o chorume e os investimentos necessários estão sendo realizados. Essa informação consta da comunicação feita as autoridades e instituições, incluindo MP de Marituba.

3)         Também causa estranheza a repentina mudança de posição da Promotoria do MP de Marituba em relação ao cumprimento das medidas que constam no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em junho de 2018. Em informe oficial, de 23 de novembro de 2018, o MPE informa que “os engenheiros da equipe do MPPA constataram que a maior parte das cláusulas foram cumpridas pela empresa, sendo que a Guamá apresentou justificativa plausível para as situações que ainda continuam sem cumprimento", diz o texto. A notícia pode ser acessada no link: https://www2.mppa.mp.br/noticias/mppa-visita-aterro-sanitario-para-verificar-cumprimento-de-termo-de-ajustamento-de-conduta.htm

Conforme demonstrado, a ação do MPE omite que iniciativas previstas no TAC já tinham sido implementadas. O MPEtambém não atualiza as informações sobre as fases de implantação de outras medidas, mesmo sendo do seu conhecimento.

A Guamá jamais se eximiu das responsabilidades assumidas. E, desde a implantação, mesmo diante de graves questões financeiras – defasagem de preço e inadimplência histórica das prefeituras – a empresa já investiu cerca de R$ 40 milhões em modernos equipamentos e na reestruturação do modelo de operação da unidade.

A Guamá Tratamento de Resíduos confia na justiça paraense. E reafirma que somente com discernimento, transparência e seriedade, é possível encontrar soluções eficientes para esse grave desafio em que todos possuem responsabilidade e dever em encontrar soluções plausíveis.