Frigoríficos melhoram índices de compra de gado com origem legal no Pará, e MPF pede cerco a fraudes de produtores ilegais

Apresentação dos resultados da cadeia da pecuária e assinatura da renovação do Protocolo Verde dos Grãos (créditos: MPF/PA)


  
A maioria das empresas compradoras de gado e grãos produzidos no Pará que assinaram acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para só utilizarem matéria-prima de origem legal comprovou que tem trabalhado para alcançar ou manter índices satisfatórios de atendimento aos compromissos. E o MPF estabeleceu medidas para buscar a adesão de novas empresas aos acordos e a punição de produtores, empresas e revendedores que insistem em se manter na ilegalidade.

Esses foram os principais anúncios feitos em evento promovido pelo MPF na terça-feira (12) em Belém (PA) para a divulgação dos resultados de auditorias de operações comerciais realizadas em 2017 por frigoríficos signatários do Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da Pecuária no Pará, e auditorias de operações comerciais da safra de 2017/2018 realizadas por empresas signatárias do Protocolo Verde dos Grãos no estado.

Na cadeia da pecuária, foi auditada a compra de 2,1 milhões de cabeças de gado, das quais 137 mil – 6,25% do total – foram identificadas como produzidas em áreas em desconformidade com as exigências do TAC. Das 19 empresas auditadas – que possuem um total de 23 plantas frigoríficas –, dez empresas tiveram índices de compras regulares superiores aos 95% do total de animais adquiridos. Duas delas alcançaram os 100% de regularidade: a Mafrinorte Ativo Alimentos e a Agroexport Moju.

Na comparação entre os números da primeira rodada de auditorias, divulgada em 2018, com os números referentes à segunda rodada, divulgada esta semana, em vários casos a melhora dos índices de compras regulares ficou na casa dos 20 a 40 pontos percentuais. Os dados das auditorias divulgadas em 2018 ano podem ser acessados aqui, e os dados publicados em 2019 estão neste link.

A empresa que teve a melhora de números mais expressiva em termos percentuais, o Frigorífico Altamira, aprimorou seu monitoramento como resultado direto do TAC, informou a representante da empresa no evento. As compras passaram da quase completa inconformidade (72% do total) a índices que superam os 80% de comprovação da origem regular do gado.

Na cadeia dos grãos, a divulgação de auditorias foi feita pela primeira vez este ano. Foram auditadas 12 empresas, responsáveis pela comercialização de 1,5 milhão de toneladas de um total de 1,6 milhão de toneladas de grãos produzidos no Pará no período 2017-2018. Em 80% dos 1,5 milhão de toneladas auditadas não foram encontradas inconformidades. As compras de três empresas – Amaggi, Bunge e Vale Fértil – atingiram 100% de regularidade de origem (confira os dados em detalhes).