|
Dona Onete - Foto BrunoCarachesti |
Mulheres
indígenas, negras, cantoras, instrumentistas, rappers, produtoras, técnicas,
jornalistas. No Festival MANA 2.0, o protagonismo é delas. As múltiplas vozes,
ritmos e vivências femininas que fazem o mercado da música girar, desde os
bastidores até o palco, se reúnem na programação que será realizada de 12 a 19
de dezembro, totalmente gratuita e online. São mais de 40 mulheres da Amazônia
e de diversas regiões do Brasil no evento, que traz shows, painéis de debate,
oficinas, mostra de videoclipes e projeções mapeadas nos centros urbanos do
Brasil.
“O
MANA conecta o Pará com o Brasil, debate o protagonismo das mulheres na música,
criando diálogos e conexões necessárias para este fortalecimento. Nosso intuito
é abrir caminhos para que nós, mulheres da música, consigamos nos capacitar
cada vez mais, e ocupar espaços significativos e diversos neste mercado, que
ainda resiste em visibilizar as mulheres, sobretudo as do Norte”, diz a cantora
paraense e curadora do festival Aíla, que ao lado de Roberta Carvalho, artista
visual do Pará, assinam a direção artística e idealização do evento, promovido
pela 11:11 ARTE. O projeto tem patrocínio da Oi e apoio do Oi Futuro via Lei de
Incentivo à Cultura Semear, do Governo do Estado do Pará e Fundação Cultural do
Pará.
O
MANA surgiu em Belém em 2017, como uma proposta inédita de evento na Amazônia:
ser um festival de música e feminismo, e promoveu encontros potentes. Pela
primeira vez, a filósofa negra e ativista Djamila Ribeiro falou ao público de
Belém, e o evento fez história ao debater raça e gênero junto a uma plateia
lotada. A estreia do festival também provocou o surgimento da primeira banda de
guitarrada formada por mulheres. O duo Guitarrada das Manas foi criado a partir
de uma troca de ideias fomentadas no festival, e fez sua primeira apresentação
no palco do MANA em 2017.
Este
ano, o projeto traz surpresas especiais e homenageia Dona Onete, compositora e
cantora que se tornou símbolo da cultura paraense e desponta internacionalmente
como grande mestra do carimbó chamegado. Seguindo o objetivo que norteia o
Festival, que é estimular o fortalecimento de artistas mulheres amazônidas, o
MANA 2.0 traz a cultura de Alter do Chão, oeste do Pará, com o show das Suraras
do Tapajós, o primeiro grupo de carimbó formado por mulheres indígenas. A
programação promove ainda dois encontros musicais inéditos: a convite do
festival, a multi-instrumentista Jade Guilhon criou o "Chorinho das
Manas", que vai reunir mulheres do choro, ritmo que formou gerações de
músicos em Belém. A programação traz também o show "As Brabas do
Norte", encontro das rappers paraenses Bruna BG e Nic Dias, prodígios da
poesia do asfalto. O line up traz ainda Keila, grande nome do tecnobrega, ritmo
surgido na periferia de Belém para fazer tremer o Brasil.
Destaques
na cena nacional, Tulipa Ruiz (SP) e MC Tha (SP) também são atrações do MANA
2.0, e apresentam um show exclusivo para o festival, em formato intimista.
Cantora e compositora, Tulipa tem quatro álbuns lançados e uma carreira
consolidada como um dos maiores nomes da música brasileira contemporânea. MC
Tha mostra o som da periferia de São Paulo, com seu batidão funk e referências
ao tropicalismo.
O
trabalho audiovisual realizado por artistas amazônidas ganha as ruas de
diversas cidades do país no MANA. Com obras dirigidas e co-dirigidas por
mulheres, a mostra de clipes do festival vai exibir os vídeos online e também
projetá-los em prédios nos centros urbanos de Belém, Rio de Janeiro, São Paulo,
entre outros.
Oficinas
e painéis
Voltada
para a capacitação das profissionais da música, o MANA promove três oficinas. A
primeira com o tema "Criação, produção e performance no Ableton
Live", ministrada por Neila Kadhí (BA), cantora, compositora,
multi-instrumentista e produtora musical, integrante da banda do musical Elza
Soares. Em seguida, "Som ok! Vídeo ok! Como fazer uma live em casa",
com Flora Guerra (MG), que há mais de dez anos pesquisa e trabalha com operação
de som ao vivo, gravação e finalização de áudio para shows e espetáculos. A terceira
oficina aborda o tema "Vjing para Shows", com Lê Pantoja (RJ), uma
das vjs pioneiras no Brasil, que já assinou visuais para artistas como Fernanda
Abreu, Marina Lima e Anitta. Todas as oficinas terão inscrições abertas ao
público via formulário, apenas para mulheres, e serão ministradas via
plataforma Zoom. Tudo gratuito.
O
evento traz também painéis de debate para a troca de experiências e o estímulo
à formação de uma rede potente entre mulheres da música, criando conexões do
Pará com o Brasil. É o "Escuta as Manas", que estreia dia 12 de
dezembro no canal do Festival na Twitch, e abre com uma entrevista exclusiva
com Dona Onete. Durante a semana, os painéis seguem com temáticas variadas,
acerca do mercado da música, como "Shows cancelados: a live é o novo palco?",
que versa sobre uma questão fundamental que se impôs com o isolamento social e
desafia os artistas e fazedores de cultura. Outro tema é: "Mulheres na
técnica - a graxa é uma arte!" que debate a importância dos bastidores
para um espetáculo. "Como lançar um álbum: do conceito às
plataformas" imerge no passo-a-passo de como fazer música sendo artista
independente. "Abra os ouvidos! A nova cena contemporânea da música é
indígena" traz mulheres indígenas de diversos estados do país para fazer
um panorama sobre a potência e os desafios da cena. "Produção musical na
pandemia: é hora do home estúdio" adentra a autonomia de produtoras
musicais em seu estúdio em casa. "Na rua, na rima, na batalha: o rap é
delas" mostra a nova cena das manas do rap de Belém. "Iniciativas
amplificadoras de mulheres na música", que traz como uma das convidadas
Luciana Adão, coordenadora de Patrocínios Culturais Incentivados no Oi Futuro.
E para encerrar o ciclo de debates, mulheres nortistas conduzem o último painel
da programação "Fazer música na Amazônia: inspirações e desafios".
Serviço:
Festival
MANA 2.0, de 12 a 19 de dezembro, na plataforma online: twitch.tv/festivalmana
Programação
completa no site oficial do Festival: www.festivalmana.com
Siga
o Festival nas redes:
Instagram:
instagram.com/manafestival
Facebook:facebook.com/festivalmana
Twitter:
twitter.com/festivalmana