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Cortejo foi conduzido pelo caminhão do Corpo de Bombeiros , viaturas do Centro de Perícias e Polícia Militar Crédito: Bruno Cecim / Ag.Para |
O avião que conduziu a única
sobrevivente, 11 familiares e 18 urnas com os corpos das vítimas fatais de um
trágico acidente no Paraná aterrissou no aeroporto internacional de Belém às
00h20 desta quinta-feira (28). O voo, custeado pelo Governo do Pará, trouxe
ainda três integrantes da comitiva do Estado, que deu auxílio aos passageiros e
parentes no Paraná, duas peritas, que atuaram no trabalho de identificação em
Curitiba, e um responsável pela empresa do ônibus de turismo, que fez a viagem.
Ainda no salão de desembarque, Pedro
Pereira, tio de João Paulo Ferreira, de 19 anos, que estava à procura de
emprego, lamentou o fim trágico que o jovem teve ao buscar um novo destino, com
o objetivo de buscar uma vida nova. Ele afirmou que a dor e o sentimento de
tristeza foram minimizados por ter com quem contar.
"Teve muita gente dando apoio até a
equipe do Governo chegar, que também deu apoio pra gente. Quando eles chegaram
lá, levaram as pessoas para um lugar melhor, ofereceu hospedagem, alimentação e
o traslado ajudando as famílias", disse. O jovem que estava morando no
bairro do Tapanã, em Belém, será sepultado na cidade de Ponta de Pedras, no
Marajó, onde parte da família reside.
Após a saída dos paraenses vindos do
aeroporto, as urnas foram colocadas em um caminhão do Corpo de Bombeiros
Militar e duas viaturas do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e, em
um cortejo formado por viaturas da Polícia Militar e de familiares, foram
conduzidos até ao Instituto Médico Legal, para que ocorresse a verificação e os
trâmites burocráticos.
"Nós estamos tristes por vários
paraenses que perderam a vida. Houve um trabalho integrado com a Polícia
Científica do Paraná em que a perícia do Pará só veio a aprender e agregar
conhecimento. O trabalho começou lá com todas as identificações cadavéricas,
seguida da contagem numeral de todas as urnas", detalhou o diretor-geral
do CPC Renato Chaves, Celso Mascarenhas.
Major Marco Scienza, integrante da
equipe do Governo do Pará e representante da Secretaria de Segurança Pública e
Defesa Social (Segup), que esteve trabalhando desde o primeiro dia na
ocorrência, afirma que atender a um chamado envolvendo um volume tão grande de
pessoas e dar uma pronta resposta aos familiares e à sociedade de forma rápida
só foi possível por meio da integração.
"Essa é uma ocorrência muito
complexa e incomum, não muito constante. Houve organização das agências do
Paraná, como Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, Centro de
Perícias, por exemplo, para que o andamento inicial das ações fosse realizado
e, a partir da cooperação entre as agências, todas as demandas que fossem
surgindo foram respondidas quase de imediato com o apoio do estado do Pará, a
fim de dar um pouco mais de conforto aos familiares e as vítimas", afirmou
Scienza.
Preparação - A Defesa Civil, juntamente
com um papiloscopista da Polícia Civil, também esteve em ação. "A Defesa
Civil do Pará tem propriedade para atuar em desastres envolvendo múltiplas
vítimas. É mais uma ocorrência que a gente atua interestadualmente graças a
operações interagências, justamente para atender as famílias que tiveram seus
entes perdidos, vítimas que tiveram alta e também familiares daqueles que
tiveram óbitos", destacou Bruno Freitas, assessor da Defesa Civil
Estadual, que também fez parte da comitiva.