Uma das consequências da pandemia do novo coronavírus tem sido a necessidade cotidiana de nos reinventarmos. No ramo da educação, não está sendo diferente. Enquanto (ainda) é preciso manter o distanciamento social, vários professores continuam lecionando no modo online - e nem todos estavam preparados para isso. Um levantamento do Instituto Tim, realizado em 2020, indicou que 70% dos educadores enfrentaram dificuldades para dar aulas na pandemia.
Hugo Pena, professor de Matemática de
uma rede particular de Belém, é um dos muitos profissionais que precisaram se
adaptar rapidamente ao trabalho remoto. O professor conta que sempre se
interessou por utilizar recursos tecnológicos em sala de aula: uma experiência
que começou a adquirir no ano de 2017, quando participou de um projeto de
transmissão de aulas via satélite para o interior do estado, vinculado, à
época, à rede estadual de ensino.
Hugo também acredita que a crise
sanitária mundial foi uma aceleradora de mudanças já em curso: “pelos avanços
tecnológicos que já existiam, era para estarmos [professores] melhor adaptados
ao uso das tecnologias digitais. Acredito que a classe da educação acabou
protelando o acesso a essas tecnologias, e a pandemia veio para acelerá-lo”,
pontua.
Primeiro, o professor percebeu que era
preciso compensar, de alguma maneira, o apelo que a visualidade presencial do
ensino “de antes” possuía. Hugo começou a estudar sobre gravação e edição de
vídeos, e aprendeu a simular a projeção de um quadro branco durante as aulas
online; tudo para tentar amenizar a frustração sentida pelos alunos em meio à
impossibilidade do encontro presencial.
A iniciativa do professor Hugo é a prova
de que o “novo normal” imposto pela pandemia traz consigo dois processos
simultâneos: adaptação e colaboração. Assim, estar disposto a aprender e
disponível para ensinar é uma lição que a pandemia trouxe para todos nós,
mestres e aprendizes, sairmos de tudo isso melhor preparados para o mundo.