Setembro Verde
é um movimento que foi criado para alertar e conscientizar a população sobre a
prevenção do câncer colorretal (ou câncer de intestino).Excetuando o câncer de
pele não melanoma, o colorretal é o segundo tipo de tumor mais frequente entre
homens e mulheres no Brasil, atrás apenas dos de mama e próstata.
Segundo
estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2020 foram
contabilizados no Brasil 40.990 novos casos, número que representa um aumento
de mais de 12% em relação ao ano anterior. Em todo o mundo, a incidência da
doença vem crescendo entre os adultos jovens.
Com a
pandemia da Covid-19, quando muitas pessoas deixaram de fazer exames
preventivos e interromperam processos de diagnóstico, esse índice tende a
aumentar e a demora na descoberta pode agravar a doença e dificultar o
tratamento e a cura.
Para
falar sobre o assunto, eu conversei com a oncologista Amanda Gomes – confira:
Este mês é destinado à conscientização do câncer de intestino (colorretal), que é o terceiro tipo mais comum no Brasil. Campanhas como o Setembro Verde ajudam a reduzir a incidência da doença?
3- Há algum outro fator de risco (genética ou fatores externos) que causam o câncer de intestino?
4- Quais as principais recomendações para a prevenção do câncer de intestino?
Fatores de risco -A incidência de câncer colorretal está ligada ao
estilo de vida, especialmente aos hábitos alimentares. Ter mais de 50 anos, ser
sedentário, obeso e se alimentar mal são características comuns de quem está no
grupo de risco para desenvolver câncer colorretal. Entre os hábitos que podem
influenciar no surgimento da doença estão dieta rica em carne vermelha e
alimentos processados, tabagismo e consumo excessivo de álcool.
Histórico
de diabetes tipo 2 e doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa e
doença de Crohn) são fatores que podem aumentar o risco de aparecimento do
câncer de cólon e reto também.
Prevenção - O câncer de intestino é um dos tipos de tumor considerados preveníveis.
Abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o
reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado
precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte
desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer
na parede interna do intestino grosso (após os 50 anos de idade, a chance de ter
pólipos gira entre 18 e 36%).
Uma
maneira de prevenir o aparecimento dos tumores é a detecção e a remoção dos
pólipos antes de eles se tornarem malignos. Eles podem ser detectados
precocemente através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas
fezes e endoscopias.
A
recomendação atual da SBCP é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na
família procurem o coloproctologista a partir dos 50 anos. Se houver casos na
família, esse acompanhamento deve ter início 10 anos antes da idade que tinha
aquele familiar quanto foi diagnosticado.
Entre os sintomas mais comuns da doença está a alteração do hábito intestinal. Por exemplo: cólica, sangramento durante a defecação, afilamento das fezes, perda de peso e anemia. Entretanto, o paciente também pode não apresentar sintoma nenhum, por isso o check-up é essencial e as chances de cura estão intimamente ligadas ao estágio da doença. Quanto mais precoce o estágio, maior será a chance de cura.