O uso de ferramentas virtuais e de novas
tecnologias acabou se intensificando para amenizar os efeitos do isolamento
social e servir como alternativa de atendimento a muitos serviços durante a
pandemia. Exemplos práticos disso no cotidiano são as redes sociais, os
aplicativos de streaming, fast foods e outros inúmeros serviços. Apesar disso,
uma pesquisa realizada pela International Institute for Management Development
(IMD), instituição acadêmica da Suíça, indicou que o Brasil se encontra em 51º
lugar no ranking de competitividade digital de 2021.
Os resultados levam em consideração três
tópicos norteadores: conhecimento, tecnologia e prontidão futura. Segundo os
especialistas, estas três condições oferecem um panorama do país sobre o
desenvolvimento e promoção de tecnologia. Para Rodrigo Moreira, analista de
sistemas e docente da Faculdade Faci Wyden, as economias mais fortes do planeta
são as mais integradas à tecnologia.
“Em 2021, a performance dos países
durante a crise econômica e sanitária foi fator fundamental para dar
continuidade ao crescimento tecnológico. A partir disso, podemos compreender a
baixa colocação do nosso país neste ranking. No entanto, o nível de preparo da
economia brasileira para adoção das inovações digitais tende a melhorar, principalmente
depois do leilão do 5G que tivemos no Brasil no final de 2021, que foi um marco
para a conectividade em nosso país”, ele explica.
De acordo com estudo publicado pela IDC
(International Data Corporation), mais de 15 bilhões de dólares foram investidos
em 2021 para tecnologia e otimização do trabalho. Até 2024, a previsão é de que
este investimento tenha um crescimento de 19%. Neste contexto, as empresas
nacionais procuram cada vez mais profissionais capazes de adequar suas
estratégias e operações às necessidades de um cenário de transformação digital.
Em 2021, um relatório da BRASSCOM
(Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de
Tecnologias Digitais) registrou que as escolas atuais de tecnologia podem
formar apenas 46.000 novos especialistas por ano, resultando em um déficit de
profissionais em T.I no Brasil.
“Até 2024, o Brasil terá a necessidade
de no mínimo 420 mil profissionais de T.I. Isso é uma coisa que não
imaginávamos há duas décadas. Já acompanhamos várias mudanças tecnológicas:
saímos do modelo analógico de telefonia para o início do 5G, assim como a
internet, que antes era discada e hoje temos a oportunidade de recebê-la via
fibra óptica em nossas casas. O Brasil está nesse processo de evolução, o que
faltam agora são políticas públicas mais focadas para inovação tecnológica”,
destaca o docente.