UHE de Tucuruí vai passar por modernização e digitalização do seu sistema de resfriamento de turbinas

  

Nas usinas hidrelétricas, o superaquecimento dos ativos pode resultar em desligamentos forçados, impactando a geração e provocando o desgaste prematuro dos equipamentos. Para resolver essas questões, a Usina Hidrelétrica (UHE) de Tucuruí vai passar por uma modernização e digitalização do seu sistema de resfriamento de turbinas.

 O projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), que começou a ser executado no dia 15 de fevereiro, incluirá a automação do sistema de resfriamento, por meio de uma nova malha de sensores, criação de sistema supervisório e banco de dados para a aplicação de inteligência computacional, auxiliando o gerenciamento e tomadas de decisão. Além disso, também serão aprimorados os sistemas de filtração e de tratamento da qualidade da água de resfriamento. 

Batizado de Digitalização e Modernização do Sistema de Resfriamento das Unidades Geradoras da UHE Tucuruí - Sistema de Resfriamento Inteligente (SiRI), esse projeto foi idealizado durante a I Maratona de Inovação Tecnológica da Diretoria de Operação da Eletronorte, realizada em novembro de 2020, em parceria com o SENAI e o Instituto SENAI de Inovação em Tecnologias Minerais (ISI-TM), cuja sede fica em Belém (PA). A ação, que este ano vai para a sua terceira edição, visa o fortalecimento da cultura de inovação entre os colaboradores da Eletronorte, com ideias apresentadas por eles mesmos para enfrentar os desafios do setor elétrico. 

O diretor do ISI-TM, Adriano Lucheta, explica que após a apresentação da ideia pela equipe de colaboradores da Eletronorte, durante a Maratona, as equipes de pesquisadores do ISI-TM e ISI em Automação da Produção (ISI-AP), auxiliaram na elaboração do projeto no modelo adotado pelo Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica (P&D ANEEL). A previsão é de três anos de execução, inicialmente como projeto piloto, em quatro turbinas, que futuramente poderá se estender para as demais e para outras UHEs gerenciadas pela Eletronorte. “O grande ganho com esse projeto é a segurança e a produtividade. Ele vai permitir a informação em tempo real sobre o funcionamento do sistema de resfriamento das turbinas de geração de energia e permitirá a realização da manutenção preditiva, antes do problema ocorrer”, observa Lucheta. 

Além do ISI-TM, participa do projeto o ISI Automação da Produção do SENAI-CIMATEC, cuja sede fica na Bahia. “A equipe de Indústria 4.0 do ISI-TM vai trabalhar na parte de inteligência artificial, criando os softwares e os algoritmos de inteligência artificial, e a equipe da área de biotecnologia vai atuar nas análises da qualidade da água de resfriamento. A automação será de responsabilidade do ISI-AP, com grandes casos de sucesso na área. Esse é hoje o maior diferencial da rede de Institutos SENAI de Inovação: como trabalhamos em rede, podemos agregar o conhecimento e a experiência dos demais Institutos, permitindo a execução de projetos de alta complexidade, de forma mais ágil”, destaca Adriano.

 A gerente do projeto, pela Eletronorte, Camila Ávila acredita que, ao trazer tecnologias da indústria 4.0 na automação de um sistema tão relevante, o impacto não será apenas na segurança operacional como também na rotina de todas as equipes, na antecipação de falhas, análises e diagnósticos para tomada de decisão preventiva, refletindo em nosso principal KPI o Índice de Disponibilidade. 

“Com o desenvolvimento do SiRI, passaremos a conhecer profundamente os mecanismos das incrustações em nossos equipamentos, o sensoriamento da água de resfriamento, a modernização dos filtros e tratamento químico conectados por inteligência computacional, que possibilitarão uma nova realidade, as tecnologias da indústria 4.0.” 

Sobre a Hidrelétrica - A UHE de Tucuruí está localizada no rio Tocantins e tem uma capacidade geradora instalada de 8.535 MW. Em potência instalada, é a segunda maior usina hidroelétrica 100% brasileira, possuindo um vertedouro com capacidade para 110.000 m³/s.

 Ela é a principal usina integrante do Subsistema Norte, do Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo responsável pelo abastecimento de grande parte das redes nos estados do Pará, Maranhão e Tocantins e, em períodos de cheia do rio Tocantins, também complementa a demanda do restante do país através do SIN.