Este ano, o município de Marituba
foi escolhido para ser sediar o lançamento da Campanha Estadual de Prevenção a
Hanseníase, nesta quinta-feira, 15, que tem como público alvo os estudantes de
5 a 14 anos. O evento será realizado na Escola Dom Calábria, a partir das 9
horas da manhã. A campanha, no município,
abrangerá 49 escolas, numa expectativa de alcançar 13.388 alunos, com o
objetivo de identificar casos de hanseníase em menores de 15 anos.
Paralelamente haverá uma campanha contra verminose, segundo Maria de Nazaré
Medeiros Monteiro, da Coordenação do Programa de Hanseníase, da Secretaria Municipal
de Saúde (Sesau).
Durante a campanha serão
distribuídas fichas de auto imagem aos pais e responsáveis dos menores, para
verificação de possíveis manchas e locais de perda de sensibilidade pelo corpo
da criança ou adolescente. Depois de análise das fichas, equipes da secretaria
estarão indo aos estabelecimentos de ensino para avaliação no aluno com a
presença do responsável. “ No caso de detectar a hanseníase, o aluno será
encaminhando para tratamento na Unidade de Saúde Básica de seu bairro, que pode
durar de 6 a 12 meses, dependendo do caso. A família do menor também receberá
atenção para verificação de mais algum membro apresentando sintomas da doença”,
diz Nazaré Medeiros.
Estão confirmadas para o evento a
presença da secretária municipal de Saúde de Marituba, Helen Guimaraes; do
secretário de Estado de Saúde, Vitor Manuel Jesus Mateus; da coordenadora
estadual de Dermatologia Sanitária, Rita Beltrão; da coordenadora nacional do
Movimento de Reintegração Das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (Morhan),
Lucimar Batista; do pesquisador em hanseníase da UFPa, Cláudio Salgado, e do presidente do Instituto Pobres Servos do
Divina Providência, Padre Gustavo Bonaffi.
Descrição
A hanseníase é uma doença
crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium
leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de
indivíduos (alta infectividade), no entanto, poucos adoecem (baixa
patogenicidade). Estas propriedades não ocorrem em função apenas de suas
características intrínsecas, mas dependem, sobretudo, da relação com o
hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.
A doença atinge pele e nervos
periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas. O alto potencial
incapacitante da hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico
do M. leprae. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que acomete
o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que,
juntamente com a África, são consideradas o berço da doença. A melhoria das
condições de vida e o avanço do conhecimento científico modificaram o quadro
da hanseníase, que há mais de 20 anos tem tratamento e cura.
A hanseníase é uma doença de
notificação compulsória em todo o território nacional e de investigação
obrigatória. Os casos diagnosticados devem ser notificados, utilizando-se a
ficha de notificação e investigação do Sistema de Informação de Agravos de
Notificação/Investigação.
Agente etiológico – O M. leprae é
um bacilo álcool-ácido resistente, em forma de bastonete. É um parasita
intracelular obrigatório, uma espécie de micobactéria que infecta nervos
periféricos, especificamente células de Schwann. Esse bacilo não cresce em
meios de cultura artificiais, ou seja, in vitro.
Modo de transmissão – A
hanseníase é transmitida principalmente pelas vias respiratórias superiores de
pacientes multibacilares não tratados (virchowiano e dimorfo), sendo, também,
o trato respiratório a mais provável via de entrada do M. leprae no corpo.
(Ministério da Saúde)
Serviço:
Lançamento da Campanha Estadual
de Prevenção a Hanseníase
15 de setembro, quinta-feira, a
partir das 9 horas
Escola Dom Calábria (na rua da
Cerâmica, no bairro do São Francisco)