O cenário do câncer de colo do
útero no norte do país é alarmante e muito semelhante com a Índia, onde há
maior taxa de mortalidade da doença no mundo, segundo a Cervical Cancer-Free
Coalition. A incidência chega a quase 24 casos por 100 mil mulheres e a doença
é a primeira causa de óbito por câncer feminino na região - cerca de 50%
(11,51/100.000) das mulheres morrem decorrente da doença. Na Índia, a
incidência é de 20 casos a cada 100 mil habitantes e a taxa de mortalidade
beira há 68 mil casos por ano.
O que deixa os países mais
próximos são as circunstâncias que levam a prevalência da doença. O câncer de
colo do útero, em 80% dos casos, está relacionado ao vírus papiloma humano,
reconhecido como HPV, mal que atinge 685,4 mil pessoas no Brasil4. Tanto Índia
como o Brasil, ambos em desenvolvimento, trabalham para diminuir a infecção do
vírus e aumentar o rastreamento da doença com exames preventivos, que é um
fator essencial para reduzir a taxa de mortalidade e do diagnóstico avançado da
doença.
Para o oncologista americano
Krishnansu S. Tewari, do centro médico Irvine da universidade da California,
Estados Unidos, um dos fatores que preocupam o cenário dos dois países é o
acesso ao tratamento após o diagnóstico. “A longo prazo, as ações de rastreamento
e prevenção diminuirão a incidência da doença nos países em desenvolvimento,
porém, precisamos ter atenção em relação à forma como devemos cuidar das
mulheres que já estão com o câncer e que precisam de acesso aos tratamentos,
principalmente para os casos avançados, que são comuns nas regiões mais
pobres”. No Brasil, 77% das mulheres são diagnosticadas em estágio avançado5.
O câncer de colo do útero é uma
doença que atinge principalmente mulheres entre os 30 e 45 anos, com 1 a 8 anos
de estudo e economicamente ativas, sendo muitas vezes rimo de família. Pesquisa
e estatística de gênero, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística), apontou que a região norte do país tem o maior número de lares
sustentado por mulheres em todo o Brasil e mais de 40% são economicamente
ativas6. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), serão 16.340 novos
casos em 20167, um aumento de 4,8% na incidência (15.590 registrados em 2015).
Estima-se ainda que mais de 5 mil mulheres morrem por ano em decorrência da
doença, o que totaliza uma morte a cada 90 minutos.
Por ser uma doença que não
apresenta sintomas no seu estágio inicial, fase que é possível fazer o
tratamento apenas com a cirurgia, o especialista demonstra preocupação nas
fases mais agressivas. “Nos países em desenvolvimento ainda temos problemas de
acesso aos tratamentos inovadores e que dão qualidade de vida para a paciente
com câncer mais avançado e isso precisa ser prioritário para que as taxas de
mortalidade diminuam”, afirma o especialista americano.
Falta
de informação
Uma pesquisa encomendada pela
farmacêutica Roche ao Instituto Datafolha apontou que ainda falta informações
sobre a doença e a percepção das mulheres em relação a gravidade dos estágios
mais agressivos. Segundo o levantamento, 51% das mulheres não citaram o câncer
de colo do útero ao serem indagadas sobre o tipo de canceres que conhece e 27%
afirmaram que nunca realizaram ou não costumam realizar o exame de
Papanicolau8. Sobre exames de HPV ou colonoscopia, 78% das entrevistadas nunca
fizeram nenhum dos rastreamentos8.
O
tratamento do câncer de colo do útero
Estudo brasileiro, publicado em
2014, com mais de 51 mil mulheres, evidenciou que 20% das brasileiras com
câncer de colo do útero apresentam resposta terapêutica inadequada as
tecnologias utilizadas atualmente5. Devido aos avanços científicos, existem
novos recursos terapêuticos que podem aumentar a expectativa de vida em
pacientes diagnosticadas com câncer de colo do útero avançado. A escolha da
terapia ideal para cada paciente dependerá do estágio da doença e condições
clínicas da paciente. Em muitos casos, os tratamentos oferecidos contemplam
apenas as combinações de cirurgia, quimioterapia isolada ou radioterapia,
deixando de lado o uso de terapias mais inovadores, que podem proporcionar
maiores benefícios as pacientes que hoje já tem a doença e que não se
beneficiam de estratégias de prevenção.
Diante desse cenário, Anvisa
aprovou recentemente, com priorização, a indicação de um medicamento biológico já
utilizado em outros países e recomendado com alto nível de evidência
científica, o bevacizumabe, como a primeira terapia-alvo oferecida para o
tratamento do câncer de colo do útero e o único avanço nos últimos 10 anos para
tratar a doença em seu estágio mais grave. Trata-se do primeiro medicamento
biológico que trouxe o benefício de sobrevida global sem redução da qualidade
de vida das pacientes com esta doença, mas que ainda, não é disponibilizado no
SUS, onde estão a maioria das pacientes em estágios avançados desta doença.
Sobre
a Roche
A Roche é uma empresa global,
pioneira em produtos farmacêuticos e de diagnóstico, dedicada a desenvolver
avanços da ciência que melhorem a vida das pessoas. É considerada a maior
empresa mundial de biotecnologia, com medicamentos verdadeiramente
diferenciados nas áreas de oncologia, imunologia, infectologia, oftalmologia e
doenças do sistema nervoso central.
A Roche também é líder mundial em
diagnóstico in vitro e diagnóstico tecidual do câncer, além de ocupar posição
de destaque no gerenciamento do diabetes. Combinando as forças das divisões
farmacêutica e diagnóstica, a Roche se tornou líder em medicina personalizada -
estratégia que visa encontrar o tratamento certeiro para cada paciente, da
melhor forma possível.
Fundada em 1896, a Roche busca
constantemente meios mais eficazes para prevenir, diagnosticar e tratar
doenças, contribuindo de modo sustentável para a sociedade. 29 medicamentos
desenvolvidos pela Roche fazem parte da Lista de Medicamentos Essenciais da Organização
Mundial da Saúde, entre eles antibióticos que podem salvar vidas, antimaláricos
e terapias contra o câncer. Há sete anos consecutivos, a Roche é considerada
líder em sustentabilidade no grupo de indústrias de produtos Farmacêuticos,
Biotecnológicos e Biológicos dos Índices Dow Jones de Sustentabilidade.
Com sede em Basileia, na Suíça, o
Grupo Roche atua em mais de 100 países e, em 2015, empregava mais de 91.700
pessoas em todo o mundo. Em 2015, a Roche investiu 9,3 bilhões de francos
suíços em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e suas vendas alcançaram 48,1
bilhões de francos suíços. A Genentech, nos Estados Unidos, é um membro
integral do Grupo Roche. A Roche é acionista majoritária da Chugai
Pharmaceutical do Japão. Para mais informações, visite www.roche.com.
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Colaboração In Press Porter Novelli