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Governador Simão Jatene - Fotos: Cristino Martins |
Um novo ano começa para os chineses neste sábado 28, e o Instituto Confúcio, da Universidade do Estado do
Pará (Uepa), marcou o início deste novo ciclo, que traz ainda o Festival da
Primavera, com um dia de celebração à cultura chinesa. Os alunos do Instituto participaram de atividades
tradicionais das duas celebrações, como a prática de artes marciais, da
caligrafia e do artesanato em papel. Representantes do povo chinês ressaltaram
o grande interesse dos paraenses pelas tradições de seu país.
O Festival da Primavera é o festival
mais importante da China, “assim como o Círio de Nazaré é para os paraenses”,
comparou o diretor do Instituto, Pang Hui. O festival ocorre no primeiro dia do
primeiro mês lunar, frequentemente um mês depois do calendário gregoriano. É o
ano novo no calendário lunar chinês. Diferente do calendário solar, utilizado
no Ocidente, o lunar apresenta a cada ano uma data diferente para iniciar. Em
2017, o ano do Galo, o ciclo começa no dia 28. Este será o ano 4715 do calendário
chinês.
“Toda a cultura chinesa é muito bonita e
também muito nova para nós. Todos os Institutos Confúcio do mundo estão juntos
na celebração do ano novo. Aqui, vemos mais uma boa oportunidade para o
aprendizado”, disse o diretor paraense do Instituto, Antônio Silva.
A comemoração foi um leque de
oportunidades. Além de ensinamentos sobre caligrafia, corte de papel, Kung Fu,
Tai Chi e Chang Quan, houve oficina do bolinho de massa jiaozi, uma das
tradições do ano novo. O evento teve ampla participação dos alunos, que
aproveitaram cada atividade para conhecer curiosidades da cultura chinesa, com
a supervisão dos professores.
Vagas - O reitor da Uepa, Juarez
Quaresma, participou da celebração e destacou os resultados obtidos pelo
Instituto nesse pouco tempo de atividade. “Tive uma reunião hoje na Reitoria.
Entre outras solicitações, as pessoas me pediram a ampliação das vagas no
Instituto Confúcio, que na minha avaliação já extrapolou os muros da
universidade. É muito gratificante para mim que este importante convênio da
Uepa tenha se concretizado na minha gestão”, ressaltou.
As barreiras do idioma – os professores
do Instituto falam mandarim, inglês e um pouco de português, enquanto alunos
arriscam expressões em mandarim – não impediu que os estudantes apresentassem
um coral com músicas chinesas, ou que um dos professores tentasse animar a
plateia com palavras da língua portuguesa.
Para a aluna de mestrado Camila de
Almeida, 27 anos, estudar no Instituto Confúcio é uma oportunidade única. “Além
de aprendermos um idioma que nos dará competitividade no mercado de trabalho,
absorvemos também valores chineses muito importantes, como o patriotismo e a
união. No curso, todos se ajudam e as conquistas acabam sendo compartilhadas”,
contou Camila, que integra o coral do Instituto.
A proximidade com a cultura chinesa
nunca esteve nos planos de José Pires, 52 anos, estudante de Música da Uepa.
Engenheiro aposentado, ele decidiu se dedicar à busca de antigos sonhos. “Fiz
vestibular para Música e, através do curso, soube do Instituto Confúcio. Achei
que seria interessante aprender um novo idioma e me apaixonei pela sonoridade
do mandarim. Recomendo para todos”, declarou.
Lista de espera - O diretor chinês Pang
Hui ressaltou o interesse dos paraenses pelo Instituto. “Antes de vir para
Belém, passei quatro anos na unidade do Instituto no Quênia. Lá, poucas pessoas
buscaram as aulas. Tínhamos turmas com menos de 10 alunos. No dia da abertura
das turmas, fiquei emocionado e surpreso de ver tantas pessoas buscando vagas. Temos
uma lista de espera de mais de 300 nomes, e as turmas estão cheias. Isso é
muito especial para nós”, acrescentou.
Na avaliação de Pang Hui, o brasileiro é
naturalmente curioso e interessado em aprender. “Desde que cheguei, dou aulas
gratuitas de Tai Chi na Praça Brasil, quase todas as noites. A turma só
cresceu”, informou o diretor.
O Instituto Confúcio deve abrir novas
turmas em fevereiro para alunos, professores e servidores da Uepa. “Para a
demanda externa usaremos os nomes da lista de espera. Só abriremos novas
chamadas em agosto”, adiantou o diretor Antônio Silva.
Celebração - O Festival da Primavera se
originou na Dinastia Shang (1600 aC - 1100 aC), do sacrifício do povo aos
deuses e ancestrais no final de um ano velho e início de um ano novo.
Anualmente, o festival se inicia nos primeiros dias do 12º mês lunar e dura até
meados do 1º mês lunar do ano seguinte.
Neste período, os dias mais importantes
são a véspera do ano novo e os três primeiros dias. A celebração tem grande
alcance em países vizinhos à China, como Vietnã, Coreia do Sul, Cingapura,
Malásia e Indonésia.