A Secretaria Municipal de Saúde de
Marituba (Sesau) é parceira do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas
pela Hanseníase (Morhan) na campanha de combate à Hanseníase no município que
está sendo realizada nesta quinta-feira,16, sexta, 17 e sábado, 18, nas feiras
do Mercado Central, Che Guevara e Nova Marituba, respectivamente.
Durante a ação, de 8h às 13h, a
comunidade terá acesso a informações sobre a doença de forma a facilitar a
identificação e a procura pelo atendimento médico precoce. De acordo com a
coordenação da campanha as feiras foram escolhidas por serem os locais com
grande movimentação e portanto de maior alcance da comunidade.
No ano passado Marituba sediou o
lançamento da Campanha estadual contra a hanseníase no âmbito escolar com o
objetivo de identificar casos em menores de 15 anos, com visitas nos
estabelecimentos de ensino. “Paralelamente, a secretaria também realizará neste
primeiro semestre um trabalho junto aos estudantes do bairro Almir Gabriel,
onde foi registrada uma maior incidência de casos da doença nos últimos três
anos” diz Nazaré Medeiros, coordenadora municipal do Programa de
Hanseníase/Sesau.
Marituba é município referência no
atendimento a doença. Há 25 anos a URE Marcelo Candia, no bairro Dom Aristides,
oferece atendimento especializado em dermatologia sanitária. De acordo com a
diretora da URE, Renata Pamplona, atualmente são realizados 5 mil atendimentos
por mês, a pacientes com idade de 0 a 110 anos, provenientes da Região
Metropolitana de Belém, outros municípios e também dos estado do Amapá,
Maranhão e Tocantins. A Unidade é composta por 130 profissionais entre médicos,
enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais. O horário de atendimento é das 7h às 18h.
O aposentado Raimundinho Misondas teve
hanseníase aos 14 anos. Ele conta que naquela época a assistência médica foi
precária, pois ele morava com a família no interior do Acre. Nos anos 1970 ele
veio para o Pará onde teve atendimento na então Colônia de Hansenianos de
Marituba, passou por tratamento, mas com a doença em estado avançado ficou com
sequelas. “Hoje em dia o tratamento é mais fácil e o acesso ao tratamento
também e sendo detectada a doença no início não há risco de sequela”, ressaltou
Misondas.
Descrição
O Pará é o segundo estado que mais
notifica novos casos de hanseníase no país (o primeiro é o Maranhão).
Anualmente, 3 mil novos casos de hanseníase são notificados no território
paraense, Diretoria de Vigilância e Saúde da Secretaria de Estado de Saúde
(Sespa).
A hanseníase é uma doença crônica,
infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae
(M. Leprae). A doença atinge pele e nervos periféricos podendo levar a sérias
incapacidades físicas. A hanseníase parece ser uma das mais antigas doenças que
acomete o homem. As referências mais remotas datam de 600 a.C. e procedem da
Ásia, que, juntamente com a África, são consideradas o berço da doença. A
melhoria das condições de vida e o avanço do conhecimento científico
modificaram o quadro da hanseníase, que há mais de 20 anos tem tratamento e
cura. A hanseníase é transmitida principalmente pelas vias respiratórias
superiores de pacientes. (Ministério da Saúde).