A oficina de confecção de máscaras foi projetada como uma atividade lúdica para os pacientes internados - Foto Ascom |
Crianças internadas no Centro de
Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Metropolitano de Urgência e
Emergência (HMUE) concluíram, com sucesso, a tarefa de elaborar máscaras de
Carnaval. A oficina de confecção foi projetada como atividade lúdica para os
pacientes. As peças produzidas serão utilizadas nesta quinta-feira, 16, em uma
celebração de Carnaval na unidade hospitalar. A programação engloba desfile,
concurso de máscaras e trio elétrico.
Conforme explica a psicóloga da unidade
Jacqueline China, é fundamental priorizar o resgate social e de inclusão dos
pacientes. “É primordial termos, junto com eles, esse momento, tirando o foco
da dor que se sente, e diminuindo os problemas relacionados ao isolamento do
convívio social”, afirma a profissional.
O tratamento longo é uma característica
de pacientes vítimas de queimaduras. Nada, porém, que tire o sorriso de uma das
crianças internadas. O menino de 10 anos era um dos participantes mais animados
para concluir a tarefa de elaborar uma máscara de Carnaval. “Ele fica bem
animado. Gosta de Carnaval”, admite a mãe Edileuza de Freitas.
Em 2009, a criança foi vítima de um
acidente com queimaduras, no município de Bagre, região do Marajó. A criança
teve parte das pernas queimadas, segundo a mãe, depois de uma explosão com
lamparina. Hoje, de seis em seis meses, ele retorna ao Hospital Metropolitano.
Nesse período, foram, pelo menos, seis cirurgias de enxertos e correções.
De acordo com a pedagoga Ilma Pinheiro,
a oficina gera benefícios para a criança e, sobretudo, ressalta que, com a
atividade, é possível trabalhar temas próprios de anos letivos, que são
abordados na Classe Hospitalar, que é mantida na unidade em parceria com a
Secretaria Estadual de Educação (Seduc). “É importante porque a criança se
sente amada e, pedagogicamente, sente-se em um ambiente de escola. Não fica tão
distante do mundo dela”, reitera.
A profissional reitera que o momento do
Carnaval é um processo cultural, histórico no Brasil, e por isso são abordadas
explicações sobre a festa. “Além disso, estamos trabalhando o meio ambiente,
porque as máscaras têm um cunho de preservação. É a questão da reciclagem”,
detalha.
Além de crianças, o Baile de Carnaval do
CTQ também terá a presença dos adultos. O usuário Sinzenanos Oliveira está
ansioso. “É bom demais, elimina o tédio e nos deixa animado e alegre. O tempo
passa mais ligeiro”, disse. Sinzenanos foi vítima de uma explosão de motor, no
município de Parauapebas, há quase um mês.
Gerenciado pela Pró-Saúde Associação
Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato com a Secretaria
de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Hospital Metropolitano é referência na
região Norte para atendimento a vítimas de queimaduras. Em 2016, atendeu 533
queimados. O setor possui 22 leitos, dois de Unidade de Terapia Intensiva, 18
de internação e dois de urgência, sendo que também possui um bloco cirúrgico
com duas salas.