A Polícia Civil concedeu, nesta
terça-feira, 22, coletiva de imprensa para falar das prisões de três acusados
de assassinar a empresária e funcionária pública municipal Maria Augusta da
Silva, 62 anos, em Paragominas, nordeste paraense. Eles foram presos no
domingo, 20, em Aparecida de Goiânia (GO) e em Paragominas. A vítima foi
baleada por um homem de carona em uma moto, em 15 de julho deste ano, por volta
de 19h30, após sair de um supermercado, na sede do município paraense.
Ela ficou internada no Hospital Regional
do município até falecer no último dia 5. Os presos são o ex-cabo da Polícia
Militar do Pará, Mauricio de Luz Ramos, apontado como mandante e agenciador do
crime; Gleison dos Santos Monteiro, identificado como o condutor da moto, e
Thiago Santos da Rocha, apontado como o atirador. Um quarto acusado, acusado de
ser também mandante do crime - Charles Sarmento de Lira - está foragido.
As investigações mostraram que o crime
foi planejado por Maurício e Charles, que pretendiam montar um negócio para
trabalhar na área de reciclagem no lixão da Prefeitura de Paragominas, mas a
vítima, que era detentora da concessão do serviço no município, era considerada
um empecilho para os planos dos acusados.
As informações foram apresentadas na
sede da Delegacia Geral, em Belém, pelo delegado geral Rilmar Firmino; o
diretor de Polícia do Interior, delegado João Bosco Rodrigues; o diretor do
Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, Fernando Rocha; o delegado Gabriel
Batista, diretor do Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) de Castanhal, e o
delegado Cristiano Nascimento, titular da Superintendência Regional da Polícia
Civil em Paragominas. As investigações duraram 35 dias.
O delegado Cristiano Nascimento explica
que as investigações iniciaram ainda no dia 15 de julho, logo após o crime,
quando a vítima foi alvejada com cinco disparos de arma de fogo por dois homens
em uma moto. Ela ainda chegou a ser socorrida com vida e levada para o Hospital
Regional de Paragominas, porém devido a gravidade dos ferimentos faleceu no dia
5 de agosto.
Durante as investigações, atuaram
policiais civis da Superintendência de Paragominas, juntamente com o Núcleo de
Apoio a Investigação (NAI) de Castanhal. O delegado explica que, no decorrer
das investigações, chegaram diversas denúncias anônimas repassadas pelo fone
181, o Disque Denúncia, sobre os autores do crime. "Esse fato foi
comprovado após inúmeras diligências da equipe policial", detalha.
Os policiais civis conseguiram localizar
a moto usada no crime, uma Honda vermelha, de placa OSY-6267. Gleison Monteiro
foi identificado como o condutor da moto, enquanto que Thiago Rocha, como autor
dos disparos. Os policiais civis também identificaram como agenciador e
mandante do crime, Maurício de Luz Ramos e Charles Sarmento, que teriam planejado
o assassinato.
Com base nas provas, foi solicitada à
Justiça as prisões dos acusados. De posse dos mandados de prisão, uma equipe de
policiais civis viajou, no domingo, até o município de Aparecida de Goiânia
(GO), onde efetuou a prisão de Thiago e Gleison. Ouvidos em depoimento, os dois
confessaram o crime e apontaram como mandantes Maurício e Charles.
No mesmo dia, o ex-cabo da PM Maurício
Ramos, que também é ex-vereador no município, foi preso em Paragominas. Charles
Sarmento foi procurado em diversos endereços no município, mas não foi
localizado e está foragido. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Charles
pode informar de forma anônima para o fone 181, o Disque Denúncia. Segundo o
delegado Gabriel Batista, as investigações apontaram que os mandantes
ofereceram R$ 40 mil aos executores para cometerem o crime, mas o dinheiro não
chegou a ser pago. Outro ponto levantando durante as investigações era que a
empresária era dona de empresas nos ramos de reciclagem de lixo, arborização e
limpeza, mas todas estavam em nome de seu filho, o que será investigado.