Operação contra descarte criminoso de lixo ganha reforço da Polícia Ambiental

A operação realizada pela Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) e Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) apreendeu na manhã desta quarta-feira, dia 18, seis carroças que estavam sendo utilizadas para transportar lixo e entulho. Os flagrantes ocorreram no momento em que os donos das carroças descartavam madeira, pneus e restos de construção em áreas próximas a canais nos bairros do Barreiro, Marco e Sacramenta.

As ações de fiscalização para combater descarte criminoso de lixo na via pública são realizadas diariamente pela Prefeitura de Belém, por agentes da Sesan com apoio da Guarda Municipal. Com objetivo de reforçar essas operações e ampliar a área de atuação, a partir desta semana, as rondas passaram a contar também com apoio da Polícia Ambiental.

De acordo com o comandante do BPA, Tenente Coronel Fernando Biloia, combater o descarte de materiais agressivos ao meio ambiente é uma das atribuições da Polícia Ambiental. “Atuamos na prevenção e repressão contra o descarte de resíduos sólidos de variados tipos. Dependendo da quantidade ou do tipo de produto descartado, a conduta pode ser entendida como infração ao Código de Posturas do Município ou até mesmo ser enquadrado como flagrante delito, com possibilidade de prisão, com base na lei de crimes ambientais”, explicou.

“Devemos, a princípio, diferenciar as gravidades das condutas de quem descarta lixo domiciliar daquele que eventualmente venha a lançar no canal produtos tóxicos e potencialmente agressivos ao meio ambiente”, considerou, destacando que casos mais brandos podem ser punidos administrativamente e com multa.

“Este problema do lixo é muito sério e precisa ser resolvido. Esse terreno aqui em baixo do lixão do Paraíso dos Pássaros vive lotado de porcaria. A prefeitura limpa, mas logo depois os carroceiros fazem a festa e trazem um monte de lixo pra cá. E quando a gente vai reclamar eles querem bater na gente”, reclamou o morador Cláudio Sales, 54 anos.

Levantamento recente da Sesan aponta para mais de 600 locais que recebem descarte irregular de lixo e entulho na capital. Para recolher todo esse lixo, espalhado em vias e canais da cidade, os gastos do município superam R$ 2 milhões a cada mês. São mais de R$ 24 milhões por ano que não retornam em investimentos, bens ou serviços para a população.

A autuação em flagrante dos casos de descarte irregular é feita pela Delegacia de Meio Ambiente (Dema), com base no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais, que define pena de reclusão de até cinco anos aos responsáveis pela prática ilegal.

O coordenador de fiscalização da Sesan, José Argentino, esclarece que, durante as rondas, os fiscais procuram localizar de onde o lixo ou entulho foi recolhido, uma vez que o morador que contrata o serviço do carroceiro para dar destinação inadequada a esses resíduos também pode ser punido.

Estes casos estão previstos na Lei 12.305, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos e determina que a destinação correta e adequada para entulho e restos de construção é de responsabilidade de quem produz esse tipo de material. “Por isso, quem realiza uma obra deve saber que é preciso contratar uma empresa especializada que garanta a correta destinação do produto a ser descartado”, orienta José Argentino.

Serviço

O Disque Sesan 156, é um serviço telefônico por onde é possível solicitar agendamento de serviços ou fazer denúncias sobre descarte irregular de lixo. Como alternativa para o recolhimento de pequenos volumes de entulho, a prefeitura agenda a retirada gratuita de até meio metro cúbico de restos de construções ou móveis que precisam ser descartados. Este volume é equivalente a uma caixa d’água de 1000 litros. Pelo atendimento da Sesan o morador também pode solicitar o contato de empresas que prestam serviço para coleta de grandes volumes de entulho. O atendimento é feito de segunda a sexta, das 8h às 17h e a ligação deve ser feita de número fixo.

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