Cinco municípios do Pará reduzem casos de malária a zero com apoio de Belo Monte


Programa da Norte Energia,em parceria com Estado do Pará eSecretarias de Saúde de cinco municípios próximos ao empreendimento, constata que,pela primeira vez desde o início da ação (2011), nenhum registro de caso autóctone da doença foi detectadodurante dois meses consecutivos

O Programa de Açãopara Controle da Malária (PACM), coordenadopela Norte Energia e executado por órgãos de saúde pública do Estado do Pará e de cincocidadesdo sudoeste paraense,não registrouqualquer casode maláriaautóctone durante dois meses consecutivos - novembroe dezembro de 2017. O resultado é inédito e aponta para o controle da transmissão localda doençanos municípiosde Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.

Em 2011, o número de pessoas infectadas por malária nestas localidades chegou a 6.275 – sendo 3.310 casos apenas em Anapu e outras 1.295 ocorrências em Altamira. Nos demais municípios os registros indicavam cerca de 500 casos ao ano.

Após seis anos de execução do programa, oscinco municípios juntos registraram 43 casos durante todo o ano de 2017, sendo 35 casos em Altamira, sete em Anapu e um em Senador José Porfírio.Brasil Novonão tem indício da doença desde março de 2013. Em Vitória do Xingu, o último caso de malária registrado foi em janeiro de 2015.

O gráfico a seguir apresenta os avanços obtidos anos após anos com a implementação do Programa nos cinco municípios da área de influência direta da UHE Belo Monte.


Fonte: SIVEP - Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. Dados referentes aos municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu.

ATUAÇÃO - O programa faz parte do Projeto Básico Ambiental da UHE Belo Monte. Até o momento já foram investidos R$ 36 milhões nestas ações, e cerca de R$ 18 milhões estão previstos para serem investidos até 2021.

As medidas adotadas compreendem desde a contratação de profissionais especializados e capacitação de agentes locais, até adoação de caminhonetes, motocicletas e voadeiras para possibilitar a locomoção das equipes das secretarias de saúde envolvidas.

“A meta do programa é prover diagnóstico imediato e tratamento rápido. Por isso, para áreas de difícil acesso,em cada um dos municípios, foram criados núcleos de vigilância em saúde, com agentes de endemias à disposição para fazer o teste rápido e administrar o remédio ao paciente”, explica Gecilda Aparecida de Lima, Coordenadora de Saúde Pública da Norte Energia.

A Norte Energia também dá apoio à Secretária de Saúde Pública do Pará (SESPA), fornecendo insumos e materiaisnecessários ao funcionamento do programa, que também são distribuídos aos municípios.Destacam-seos testes rápidos de malária e materiais de laboratórios próprios para a ação, além de caminhonetes para supervisão. São distribuídos ainda mosquiteiros impregnados com inseticida, principalmente nas áreas rurais, ribeirinhas, garimpos e assentamentos.

As ações para o controle da malária são avaliadas pelos coordenadores de saúde, com o suporte da Norte Energia. Mensalmente são emitidos boletins epidemiológicos, que demonstram o aumento ou decréscimo dos casos de malária, auxiliando no planejamento das ações.

Outra iniciativa importante da Norte Energia que visa combater a transmissão da malária na região envolve osprofissionais terceirizados que executam serviços nas Terras Indígenas do Médio Xingu. Antes de ingressar nas aldeias, todos os profissionais são submetidos a teste rápido de detecção de malária – evitando, assim, que uma pessoa contaminada se torne foco de transmissão da doença nestas comunidades. Esse controle também é realizado com os trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

No Brasil

Segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde, foram registrados 129.251 casos da doença no Brasil em 2016. A tendência era de queda, mas, ainda de acordo com o relatório, o número de casos voltou a crescer em 2017. De janeiro a julho do ano passado foram constatadas 88.757 pessoas infectadas por malária, um número 28% superior do que no ano passado.

Em toda a região amazônica registraram-se 7,3 mil novos casos em relação ao primeiro semestre de 2016. No Tocantins, houve um surto e 58 pessoas foram picadas pelo mosquito Anophelesó no primeiro semestre de 2017.

O Estado do Pará também apresentou um aumento significativo nos quadros de pacientes infectados. O número mais do que dobrou em relação a 2016. Até julho, foram contabilizados 14.904 registros. Ainda de acordo com o relatório da OMS, atualmente, em todo o território brasileiro, mais de 23 milhões de pessoas estão em risco para a doença.