Na próxima semana o cadastro positivo
deve ser discutido no Senado e um dos destaques que deve ser colocado em
votação é a retirada do artigo que torna a adesão ao cadastro automática. O
governo sustenta que, pelo projeto, as informações dos consumidores serão
enviadas aos escritórios de crédito, que terão regras mais rígidas do Banco
Central para operar. Os escritórios produzirão notas de crédito de consumidores
e empresas, e só esse resultado final será visível às instituições que ofereçam
crédito. Somente após a autorização do consumidor, os emprestadores poderão ter
acesso ao cadastro completo do cliente.
Assim como o cadastro de inadimplentes,
ou devedores, o cadastro positivo é mantido pos empresas como Serasa Experian,
SPC Brasil, Boa Vista Serviços. Esses escritórios, ou birôs de crédito, como
são chamados, fazem uma união de informações que promovem o histórico de
crédito dos consumidores que antes tinham a opção de aderir ao cadastro
positivo. O banco de dados é montado a partir das operações de crédito
existentes e permitem que empresas e bancos o consultem a fim de saber, através
dessa consulta ao cadastro, se o consumidor é um bom pagador.
O texto-base do projeto de lei prevê a
adesão automática de todos os consumidores ao cadastro positivo, ou seja, quem
é bom pagador terá seu nome, seus dados pessoais como RG, CPF, nome dos pais,
colocados em uma espécie de banco de dados. Entidades de defesa do consumidor
ainda se mostram preocupadas com o sigilo das informações dos consumidores.
“Como ter certeza? Não teremos essa condição de fato, o pessoal invade vários
sistemas, inclusive o de segurança nacional, então, é complicado o
compartilhamento de dados”, explica Boucault.