Ao fazer exames de rotina, a professora
Maria Benedita Castro, 44 anos, descobriu que tinha um nódulo no seio esquerdo.
Como a doença foi diagnosticada ainda no início, ela venceu o câncer,
realizando todo o tratamento com a cobertura do Instituto de Assistência dos
Servidores do Estado do Pará (Iasep).
Hoje, 18 anos depois, a professora
aposentada garante estar muito bem de saúde, e mantém os exames preventivos com
a regularidade indicada pelos médicos. “Me sinto muito bem depois que retirei o
nódulo, e tudo graças ao exame de rotina. Acho muito importante fazer os
exames’’, reiterou.
Moradora do município de Oeiras do Pará,
no Baixo Tocantins, a 343 km de Belém, Benedita Castro viaja aproximadamente 12
horas de barco para chegar à capital. “Preciso vir a Belém pelo menos duas ou
três vezes ao ano para realizar todos os meus exames”, disse ela, que mesmo
enfrentando uma viagem cansativa, não dispensa os cuidados com a saúde.
A aposentada Benedita Castro está entre
os mais de 850 segurados que, anualmente, recorrem ao plano de assistência dos
servidores públicos do Pará em busca de tratamento contra câncer. De acordo com
os relatórios de gestão do Iasep, o câncer de mama foi o tipo mais comum da
doença diagnosticado em entre os usuários do Instituto, com 72 casos
registrados em 2017, seguido pelo câncer de próstata (71), colorretal (29),
aparelho digestivo (25), pulmão (24) e útero-ovário (24), totalizando 33 tipos
de câncer em segurados que fazem o tratamento pelo Iasep.
“O diagnóstico precoce, de tumores pequenos,
milimétricos, aumenta de maneira considerável a possibilidade de o paciente
ficar curado do câncer”, afirmou o oncologista Sâmio Ferreira, auditor do
Iasep. Segundo ele, para diminuir a mortalidade é importante a realização de
campanhas regulares, “com objetivo de diagnosticar tumores pequenos e
assintomáticos, pois se tratarmos estes pacientes precocemente, com melhor
estado geral, as chances de cura passam de 90%”.
Prevenção - Sâmio Ferreira informou que
alguns cânceres podem ser prevenidos com exames de rastreamento, como “o de
mama, através de mamografia anual (para mulheres acima de 40 anos); o câncer de
colo uterino pelo exame preventivo (colpocitologia oncótica) em todas as
mulheres que já iniciaram a vida sexual, e o câncer de próstata, através da
visita anual ao urologista (após os 50 anos), com realização de exames
sanguíneo de PSA e toque retal”.
Ainda sobre prevenção, o especialista
destacou a importância da mudança de hábitos de vida. “Uma alimentação mais
saudável, com menor ingestão de gordura e frituras, e mais ingestão de fibras,
frutas, verduras e legumes, assim como trabalhos menos estressantes e que
causem menos ansiedade, associado a uma atividade física regular, sem dúvida
são as medidas principais para prevenir o câncer”, orientou o médico.
Resultados - Outro caso de tratamento
eficiente é relatado pela aposentada Hulda Assunção, 70 anos. Há dois anos,
durante uma consulta de rotina, a segurada do Iasep foi diagnosticada com um
tumor cerebral. Depois de procurar atendimento e realizar exames, ela passou
por uma cirurgia oncológica para retirada do tumor. A filha da segurada,
Marília Assunção, que acompanhou a mãe durante todo o tratamento oncológico,
garantiu que o resultado positivo foi possível em decorrência do tratamento adequado
e a descoberta prematura da doença.
“Tivemos muito medo, pois ela não
apresentava nenhum sintoma, e foi um choque saber que ela estava com câncer.
Procuramos imediatamente um atendimento médico especializado e demos início ao
tratamento. Como descobrimos a doença antes dela avançar, o resultado da
cirurgia foi bastante positivo. As orações da família também foram muito
importantes nesse momento delicado”, declarou Marília Assunção, que a cada
quatro meses leva a mãe para os exames de rotina.
Marília lembrou que a mãe passou por uma
cirurgia de aproximadamente seis horas e precisou realizar 28 sessões de
radioterapias e cinco ciclos de quimioterapia. “O tratamento foi um sucesso,
mas infelizmente ela teve a memória afetada. Mas está bem e leva uma vida
saudável’’, acrescentou.
Tecnologia - De acordo com o médico
Sâmio Ferreira, o cérebro é um órgão nobre, responsável por múltiplas funções
de comando do corpo, e “dependendo da região que o tumor tiver se instalado e
crescer, pode causar sequelas muito graves se a cirurgia cerebral for extensa,
como alteração na força muscular dos braços e pernas, alteração na fala,
memória, visão e audição”.
Segundo o especialista, o acesso a
serviços especializados, com profissionais treinados e tecnologia de ponta, faz
a diferença no enfrentamento da doença. “Cirurgia oncológica, radioterapia,
oncologia clínica e patologia devem sempre avaliar o paciente em conjunto, para
que o tratamento se torne mais eficaz”, afirmou o médico.
Ele também destacou a importância da
atuação de outros profissionais, como psicólogo, nutricionista, fonoaudiólogo,
fisioterapeuta e enfermeiro, “visando aliviar o sofrimento psicológico, os
efeitos colaterais do tratamento e ajudar na reabilitação dos pacientes durante
e após o término dos procedimentos oncológicos”.