Polícia Civil prende acusados de assalto a banco em Bom Jesus do Tocantins



Policiais civis e militares apresentaram nesta quarta-feira (11), em entrevista coletiva na Delegacia-Geral de Polícia Civil, em Belém, o resultado das investigações sobre o assalto à agência do Banco do Estado do Pará (Banpará) em Bom Jesus do Tocantins, município do sudeste paraense. Seis pessoas foram presas, acusadas de envolvimento no crime. As prisões foram realizadas por policiais da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e Grupo de Pronto-Emprego (GPE).

Três homens acusados de participação no assalto - Marcos Roberto de Morais Araújo, 28 anos, de apelido Neguinho; Marco Antonio Freitas de Souza, 37, chamado de Professor, e Pedro Henrique de Carvalho Oliveira, 31 anos -, foram encontrados em uma viatura da Polícia Militar, em uma estrada na zona rural do município.

Três policiais militares foram presos em flagrante, acusados de ajudar na fuga dos suspeitos e fornecer armas e munições usadas no crime. Na viatura, as equipes policiais apreenderam armas e munições usadas no assalto. Foram presos os sargentos Valdenilson Rodrigues da Silva e Giomar Sampaio de Oliveira, e o cabo Moisés Lourenço Pereira, lotados no município de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Os três já estão recolhidos no Presídio Coronel Anastácio das Neves, em Santa Izabel do Pará (Região Metropolitana de Belém).

Presidida pelo delegado-geral Claudio Galeno, a coletiva contou com as presenças do delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Rogério Morais; do diretor de Polícia Especializada, delegado Marco Antonio Oliveira; do diretor da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), delegado Evandro Araújo, e o capitão Rusimuller Souza, da Corregedoria da Polícia Militar.

De acordo com o delegado-geral, logo após a comunicação do crime, policiais civis da DRCO e do GPE foram deslocados para Bom Jesus do Tocantins e se juntaram a policiais civis e militares da região nas buscas e investigações do assalto. Informações iniciais recebidas eram de que seis homens participaram ativamente do crime.

Rota de fuga - Durante as investigações, explicou o delegado Evandro Araújo, foi possível identificar a rota de fuga dos assaltantes, que usaram o ramal da Fazenda Lua Cheia, na BR-222, a 14 km da sede do município. O veículo utilizado no crime, um Fiat Palio prata, placa QDU-9606, foi abandonado pelos acusados às proximidades da Vila Brasileira, situada a 40 km após a entrada do ramal.

Os policiais civis investigaram nas localidades ao longo da estrada, e souberam que os acusados haviam entrado em outro veículo - uma caminhonete modelo S10 - e seguido em direção ao KM-60, que dá acesso à cidade de Jacundá. Os policiais civis permaneceram na região, até receberem novas informações de que três suspeitos teriam sido vistos caminhando à beira do ramal, com mochilas nas costas.

Os policiais civis foram ao ramal, onde encontraram uma viatura da Polícia Militar de Nova Ipixuna seguindo no sentido oposto ao das viaturas da Polícia Civil. No carro havia três homens com as mesmas características dos suspeitos vistos na estrada.

Ao perceberem a aproximação da equipe da DRCO, os policiais militares que estavam na viatura não atenderam à ordem de parada e tentaram fugir do local. Eles foram interceptados por uma das viaturas do GPE. Os policiais militares, ao serem indagados sobre as pessoas que estavam na viatura, disseram que seriam conhecidos da região, aos quais estavam dando carona até a rodovia estadual.

Nesse momento, os policiais civis reconheceram um dos suspeitos como o assaltante de banco conhecido como "Professor", que já havia sido preso em outras ocasiões. Com a aproximação de outros policiais civis, o sargento que dirigia a viatura entrou rapidamente no veículo e acelerou para tentar fugir, mas foi cercado por outra viatura da Polícia Civil. Os policiais militares foram abordados em companhia dos três homens. Durante revista na viatura, foram encontradas duas carabinas Magal calibre .30 e dois fuzis Mosquefal calibre 762, além de munição de calibres 762 e .30. Também foram encontrados na mochila de um dos presos um rádio comunicador, um capuz tipo balaclava e luvas.

No momento da abordagem, um dos policiais militares jogou fora seu telefone celular na mata e o outro tentou fugir a pé em direção à estrada vicinal, mas foi alcançado e detido. Os policiais civis foram até o ramal, onde localizaram uma caminhonete S10 usada pelos assaltantes na fuga. O veículo, informou o delegado Evandro Araújo, estava escondido em uma pequena propriedade rural.

Autuação - Os seis acusados foram autuados pelos crimes de roubo qualificado e associação criminosa. Em depoimento, três presos confessaram participação no assalto e que os PMs estavam no local para resgatá-los. As armas e munições apreendidas pertencem à PM. As investigações continuam para identificar e prender os demais envolvidos no assalto. O delegado Claudio Galeno enfatizou que as corporações policiais não toleram qualquer desvio de conduta por parte de seus agentes.

O cabo Rusimuller Souza, oficial da Corregedoria da PM, disse que a partir das investigações realizadas pela Polícia Civil e a prisão de policiais militares, o órgão passou a acompanhar a apuração do assalto ao banco. Os PMs responderão a um processo administrativo na Corregedoria, além do processo criminal. Eles estão passíveis de exclusão da PM. O processo administrativo vai tramitar por 30 dias, podendo ser renovados por mais 20 dias. Ao final, um conselho disciplinar julgará o processo.