Procon dá dicas para consumidores evitarem práticas abusivas comuns no verão



Com o aumento da procura pelos balneários durante o verão amazônico, o Procon do Pará iniciou uma caravana de fiscalização que ocorre até o dia 31 de julho. O objetivo principal é coibir práticas abusivas, inicialmente em 10 localidades do Pará, por parte dos proprietários dos mais diversos estabelecimentos, como supermercados, postos de gasolina, bancos e restaurantes.

Mosqueiro, Maracanã, Marapanim, Tucuruí, Cametá, Salinópolis, Bragança, São João de Pirabas, Soure e Salvaterra fazem parte do cronograma de visitas da equipe do Procon. O órgão fará desde a verificação da qualidade dos itens colocados à venda nos mercados, como prazo de vencimento de produtos e peso de congelados, falta de precificação ou cobrança de preços abusivos, até a fiscalização de preços aplicados nos postos de combustível.

“O que não tiver no prazo de validade a gente autua e chama a Vigilância Sanitária, porque não podemos recolher produtos. Quanto à gasolina, verificamos preço, se está adulterada, multamos pelo Procon e pela Associação Nacional do Petróleo, que é nossa parceira. O que mais pedimos é que os consumidores denunciem”, afirmou o diretor do Procon, Moyses Bendahan.

Hoje, no Pará, são registrados na Agência Nacional de Petróleo (ANP), 1.235 pontos de comercialização de combustível, além de cerca de 800 não vinculados, os chamados postos bandeira branca. “Como vamos conseguir fiscalizar tudo? A população precisa ajudar fazendo denúncias, seja via aplicativo, por meio do site do Procon, por telefone ou até mesmo presencialmente. A denúncia é a melhor arma que tem”, concluiu Bendahan.

O que também é reforçado pelo Procon do Pará é que, a cobrança da taxa de serviço, geralmente acrescida ao valor do que foi consumido em bares e restaurantes, “os 10%”, segue não sendo obrigatória e, por isso, caso o cliente seja obrigado a pagar e se sinta lesado, pode denunciar o estabelecimento. “Recomendamos sempre pedir a nota fiscal, porque além de ajudar o Estado, com a arrecadação de tributos, é a prova concreta que a transação foi realizada e, se for o caso, ter a irregularidade registrada”.

“Tá Na Mão” - O Procon chama a atenção dos consumidores para a facilidade do aplicativo (app) “Tá Na Mão”, desenvolvido pelo Governo do Estado para atender o público, inclusive, em caso de denúncias. O app está disponível no Google Play e na Apple Store. No caso dos 10% cobrado indevidamente, por exemplo, basta fazer uma foto da conta, postar a imagem com um texto explicando a situação, que a denúncia será averiguada e o estabelecimento multado. O retorno da ação do Procon será informado ao denunciante pelo próprio app.

Também é preciso ficar atento à cobrança de “couvert artístico”. Em locais onde a atividade fim do estabelecimento seja o entretenimento por meio da música não há problema na cobrança, mas se for apenas um restaurante, por exemplo, a situação muda. “Se você chega a um lugar onde é comum ter música e diz “eu não vim aqui para ouvir música”, eles podem até convidar você a se retirar. Mas num restaurante, por exemplo, onde o forte não é esse, mas apenas o serviço de alimentação e por um acaso houver um artista tocando, a cobrança de couvert é ilegal”, explica o diretor do Procon.

Quanto às barracas na praia, o dono do estabelecimento pode alugar, visto que a barraca não é pública. “O que ele não pode é deixar de avisar o cliente sobre isso. Ele tem que avisar sobre a consumação, não tem lei contra, mas a informação precisa estar clara, conforme o Código do Consumidor”, disse Bendahan.

Pacotes de viagem

Outro problema comum é a mudança de datas em pacotes de viagem sem aviso prévio. “Se não tiver contrato com a empresa, nem se deve comprar o pacote. Se houver mudança de data, existem duas alternativas: ou o encontro da data comum ou o dinheiro devolvido. Se não conseguir, o consumidor deve acionar o Procon. Nesse caso iremos multar a empresa, e caso ela não devolva o dinheiro do consumidor, o caso é encaminhado para a Justiça. Por fim, é importante sempre pesquisar preço e, qualquer que seja o serviço, ler o contrato antes, principalmente em caso de viagem. Ali vão estar as armadilhas ou a segurança”, observa.

Hoje, a sede do Procon em Belém, localizada na Avenida Lomas Valentinas, possui uma sala do Tribunal de Justiça. “O consumidor que registrar uma reclamação e ela não for respondida, em até 10 dias, pela empresa em questão, terá o caso enviado para a Justiça, que já abrirá um processo e diminuindo o tempo gasto pelo consumidor para obter seus direitos”, concluiu Bendahan.