Apresentar uma alternativa natural para
combater o uso de óleo diesel como repelente na atividade extrativista foi o
objetivo da reunião entre a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos
(Sejudh) e a empresa Natura, realizada nesta quarta-feira (29), na sede do
órgão.
O pescador artesanal do nordeste
paraense utiliza óleo diesel como repelente para trabalhar nas reservas
extrativistas da região. A prática é considerada prejudicial porque o produto é
um combustível fóssil obtido a partir da destilação do petróleo e apresenta
grande quantidade de enxofre. "É uma agressão à saúde do trabalhador e,
consequentemente, contribui para redução da qualidade e expectativa de vida
dessas populações em vulnerabilidade social", esclareceu o titular da
Sejudh, Rogério Barra.
Na reunião, foi mostrado que um óleo a
base de maracujá, comercializado pela multinacional, já é utilizado pelos
pescadores para proteger a pele durante o trabalho no manguezal e que, segundo
depoimentos dos moradores, apresenta os mesmos benefícios do óleo diesel. A
proposta consiste em fazer uma pesquisa para avaliar se é possível utilizar o
produto como alternativa para combater a prática.
“Reunimos com a multinacional para
apresentar uma proposta de repelente natural a partir de um cosmético já
existente no mercado a base de maracujá. É uma alternativa já experimentada
pelos pescadores artesanais, com resultados interessantes”, explicou o
coordenador do Programa Raízes, da Sejudh, Patrick Passos.
O diretor de Relações Interinstitucionais
da Natura, José Mattos, se comprometeu a levar a proposta para o setor de
desenvolvimento de produtos e inovação da empresa, para fazer os devidos testes
e confirmar se é possível transformar ou não o óleo em um ativo com o benefício
buscado.
Uma nova reunião foi agendada para 15
dias, agora na sede da Natura, em Benevides, para apresentação dos resultados
dos testes.