No mês de julho, os dias 25 e 27 foram
escolhidos para comemorar o Dia do Motorista e do Motociclista,
respectivamente. Para celebrar as datas, o Hospital Metropolitano de Urgência e
Emergência (HMUE), gerenciado pela Pró-Saúde em Ananindeua (PA), está
preparando uma série de ações com o objetivo de orientar pacientes,
acompanhantes e colaboradores sobre as boas práticas que devem ser
desenvolvidas no trânsito.
As ações serão realizadas na próxima
quinta-feira, 23, com a realização de rodas conversas, palestras e entrega de
folhetos informativos. “Nossa maior ferramenta é a informação e vamos trabalhar
para sensibilizar e mostrar os perigos que um condutor imprudente está
sujeito”, pontua Roberta Cardins, coordenadora do setor de projetos sociais do
HMUE.
A unidade, que pertence ao Governo do
Estado e presta atendimento 100% gratuito, é especializada no atendimento de
casos de trauma de média e alta complexidades.
De janeiro a junho de 2019, o hospital
atendeu 1.952 vítimas de traumas causados por acidente de trânsito. No mesmo
período deste ano, o HMUE registrou 2.048 atendimento de vítimas após acidentes
nas vias do Pará.
“A pandemia não acabou mas, com a
chegada do verão e o período de férias, a quantidade de carros nas estradas
neste mês de julho está aumentando. Já que o fluxo está intenso, é importante
ressaltar que devemos respeitar as leis de trânsito e lembrar que é essencial
preservar a nossa e a vida do próximo”, esclareceu o coordenador médico do
Pronto Atendimento, José Guataçara.
No último final de semana, foi
registrado um acidente grave na rodovia PA-391, estrada de Mosqueiro, rota para
as praias da ilha. O motorista de um dos veículos dormiu no volante, invadindo
a pista contrária e atingindo outros carros. Esse é apenas um exemplo das
consequências da negligência e imprudência de motoristas no trânsito e como
afetam as vidas de outras pessoas.
Trânsito: perigo para os jovens
Durante todo o ano de 2019, os acidentes
de trânsito foram a causa da admissão de 4.369 pacientes no Hospital
Metropolitano. Desse total, 1.838 foram em decorrência de complicações no
trânsito, causadas por colisões de automóveis; 1.562 pacientes que se acidentaram
com motocicletas; e 727 pessoas atropeladas.
Os dados mostram ainda que os
atendimentos por acidente de trânsito estão concentradas na faixa etária entre
15 e 29 anos, ou seja, os mais jovens, que representam cerca de 40% de todos os
atendimentos realizados no ano passado.
“É o que costumamos dizer: a pessoa
tenta se proteger do Covid-19 ou outras doenças, mas no trânsito é imprudente.
Não usa capacete ou cinto de segurança. Além disso, consomem bebidas alcoólicas
e no final acabam se envolvendo em tragédias nas nossas estradas. Precisamos
ter mais consciência e responsabilidade”, reforçou José Guataçara.
Informações Ministério da Saúde mostram
que os acidentes no trânsito deixaram mais de 1,6 milhão de brasileiros feridos
nos últimos dez anos, e representaram um custo de cerca de R$ 2,9 bilhões para
o Sistema Único de Saúde (SUS). Vale ressaltar também que o tempo médio de
internação de uma vítima de acidente de trânsito é de 9 a 18 dias.
Raimundo Preste da Silva, de 48 anos,
ficou internado no Metropolitano e recorda os momentos que passou ao lado do
amigo quando se acidentou. “No dia do fato eu estava com meu amigo na moto, mas
ele morreu na hora. Por isso eu digo que ‘nasci de novo, sou um milagre de
Deus’. As pessoas precisam obedecer às leis de trânsito e andar sem pressa”,
lembrou emocionado.
Orientações para um trânsito melhor
Para tentar evitar que mais pessoas
sejam vítimas de acidente de trânsito, o Hospital Metropolitano de Urgência e
Emergência realiza durante todo o ano, diversas ações em relação aos riscos da
direção perigosa. Os mais conhecidos são: “Direção Viva” e o “Quero Andar de
Moto Até Morrer e Não Morrer Andando de Moto”.
Por conta da pandemia, neste ano as
campanhas do HMUE, que sempre são realizadas nas ruas da Região Metropolitana
de Belém (RMB), foram transferidas para a recepção da unidade e são
direcionadas para pacientes, acompanhantes e colaboradores.
O projeto “Direção Viva” tem a
finalidade de sensibilizar os condutores que trafegavam na Rodovia BR-316. Aos
longos dos últimos anos, o projeto se estendeu para outros locais, como missas,
caminhadas em memórias às vítimas de trânsito e exposição de memorial. As ações
já atingiram milhares de pessoas e visam contribuir com a diminuição no número
de acidentes de trânsito na RMB e cidades interioranas.
Já o “Quero Andar de Moto Até Morrer e
Não Morrer Andando de Moto”, tem como foco a conscientização dos efeitos da
imprudência no trânsito, principalmente entre os motociclistas, além da redução
de custos, com otimização da assistência.
O diretor hospitalar do Hospital
Metropolitano, Itamar Monteiro, destaca que o objetivo das ações é reduzir cada
vez mais os acidentes de trânsito e o número de internações. “As campanhas,
tanto de palestras educativas nas escolas quanto panfletagem, na rodovia
BR-316, são apenas algumas das muitas iniciativas que buscam conscientizar as
pessoas quanto a segurança no trânsito”, explicou.