Iniciou nesta terça-feira (22), a
terceira fase da pesquisa epidemiológica realizada pelo Governo do Estado, por
meio da Secretaria de Saúde (Sespa) e da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Mais de 9 mil testes e questionários serão aplicados em 52 municípios paraenses
nesta nova etapa, para identificar a predominância e também a velocidade de
proliferação da Covid-19 em todo o Estado.
Os bairros do Jurunas, Cremação, Condor,
Batista Campos, Marco, Terra firme, Canudos e Telégrafo, na Região Metropolitana
de Belém (RMB), foram contemplados no primeiro dia desta nova etapa. A partir
de quarta-feira (23), iniciam a pesquisa nas regiões do Marajó Oriental e Baixo
Amazonas. Nas demais regiões, a pesquisa iniciará a partir do dia 29 de
setembro. A previsão é de que a terceira fase seja concluída no final do mês de
outubro.
Segundo o reitor da Uepa, Rubens
Cardoso, ao todo, aproximadamente 27 mil pessoas serão testadas e participarão
dos questionários. "Esses resultados servem como um indicativo de como a
doença evoluiu e foi distribuída no Pará. A Universidade cumpre, por meio deste
estudo, um papel de responsabilidade social junto à população", afirma.
Serão incluídos nesta fase 32 novos
municípios paraenses que ainda não participaram da pesquisa, além das 20
cidades mais populosas do Estado, que são investigadas desde a primeira etapa,
como Belém, Santarém, Marabá e Castanhal. Ao todo, o estudo envolverá 114
municípios paraenses, o que representa mais de 70% das cidades do Estado.
De acordo com o professor Pedro
Vasconcelos, coordenador do Comitê de Biossegurança da Uepa, o resultado, que
estima o total da população que apresenta anticorpos da Covid-19, auxilia na
tomada de decisões da Sespa e do Governo do Estado, já que traça o perfil de
prevalência e infecção do novo Coronavírus (SARS-CoV-2), causador da doença-19,
no Pará.
"O resultado das primeiras fases
dos estudos comprovam uma estabilidade com tendência de queda, observada em
cinco das oito regiões do Estado", informa o coordenador. Na 1ª fase,
foram 8.587 testes realizados e na 2ª fase foram 8.826.
Após o término da terceira etapa,
segundo o professor Pedro Vasconcelos, será feita uma avaliação para verificar
a necessidade da execução de uma quarta etapa do estudo. "Nesse momento,
teremos uma visão ampla do cenário de 2020. Uma outra etapa da pesquisa em
janeiro de 2021 pode ser importante para compreender a perspectiva para o próximo
ano", explica.
São 194 alunos dos cursos de Enfermagem
e Medicina da Uepa e oito professores, que atuam como coordenadores de campo,
envolvidos na terceira fase. "São estudantes que cursam os últimos
semestres na Universidade. Esse projeto é uma possibilidade de aprendizado das
habilidades de contato e convívio com a população. Eles são agentes de mudanças
e transformação neste momento tão difícil de pandemia", assegura a
professora Lidiane Vasconcelos, coordenadora de campo da pesquisa
epidemiológica.
Participante desde a primeira etapa da
pesquisa, a aluna Victória Sobral, que cursa o oitavo semestre do curso de
Enfermagem da Uepa, já aplicou testes e questionários em Ulianópolis, Barcarena
e, nesta terceira etapa, compõe a equipe responsável pela RMB. "Participar
deste projeto de extensão é muito significativo. Além de adquirir experiência
de campo, acrescenta muito pro nosso currículo. Está sendo incrível. Tomamos
todos os cuidados para a segurança do morador e a nossa própria
segurança", garante.
População
Para o professor e morador do bairro do
Telégrafo, Rafael Vitti, um fator importante da pesquisa é que a aplicação dos
testes alcança pessoas que muitas vezes não tem condições de pagar por um exame
particular, por conta do valor mais elevado.
"É importante ir acompanhando os
resultados da pesquisa e manter os cuidados com higiene, utilização de
máscaras, evitando aglomerações, porque mesmo que muitas pessoas já apresentem
anticorpos da doença, o vírus ainda continua circulando" - Fabíola
Damasceno, tecnóloga de alimentos e moradora do bairro do Telégrafo, que
participou voluntariamente da pesquisa.
Municípios envolvidos na terceira etapa:
Araguaia
1 - Conceição do Araguaia
2 - Cumaru do Norte
3 - Pau D'arco
4 - Redenção
5 - São Félix do Xingu
6 - Tucumã
7 - Xinguara
Baixo Amazonas
8 - Alenquer
9 - Belterra
10 - Faro
11 - Monte Alegre
12 - Santarém
Carajás
13 - Abel Figueiredo
14 - Curionópolis
15 - Dom Eliseu
16 - Marabá
17 - Parauapebas
18 - Jacundá
19 - Tailândia
20 - Tucuruí
Marajó Ocidental
21 - Bagre
22 - Breves
23 - Curralinho
24 - Portel
Nordeste
25 - Capitão Poço
26 - Castanhal
27 - Garrafão do Norte
28 - Igarapé-Açú
29 - Irituia
30 - Marapanim
31 - Paragominas
32 - Bragança
33 - Capanema
34 - São João de Pirabas
35 - Viseu
Região Metropolitana de Belém
36 - Afuá
37 - Ponta de Pedras
38 - Ananindeua
39 - Belém
40 - Santo Antônio do Tauá
41 - Tomé-Açú
42 - Abaetetuba
43 - Barcarena
44 - Igarapé-Miri
Tapajós
45 - Itaituba
46 - Novo Progresso
47 - Rurópolis
48 - Trairão
Xingu
49 - Altamira
50 - Anapú
51 - Brasil Novo
52 - Pacajá
Primeira Fase
Na primeira etapa da pesquisa, foram
feitas 8.587 entrevistas. Um em cada cinco habitantes testou positivo para a
Covid-19. O número equivale a cerca de 1,3 milhão de pessoas que já possuem
anticorpos para a doença ocasionada pelo novo coronavírus, o que representa uma
positividade global de 21% e garante que grande parcela da população já foi
infectada pela doença. Clique aqui e saiba mais sobre o levantamento.
Segunda Fase
Cerca de 1,28 milhão de pessoas
apresentaram anticorpos nesta segunda fase da pesquisa. Foram realizados 8.826
testes em bairros de Belém e Ananindeua, além de 50 municípios do interior do
Estado, distribuídos em oito Regiões de Regulação da Saúde, no período de 5 a
31 de agosto. A maior parte dos casos confirmados foi em pessoas do sexo
feminino, sendo 61,7% do público morador da área urbana e 38% da área rural. A
maioria das regiões apresentou queda nos registros, com exceção de Araguaia,
Xingu e Marajó Ocidental. Faixa etária predominante foi entre 35 a 44 anos.
Veja aqui mais sobre o estudo.