Paraense está entre maiores inventores do mundo

 


O Dia Mundial do Inventor é comemorado nesta quarta-feira, dia 4 de novembro, em homenagem a uma mulher: a austríaca Hedy Lamarr. Ela participou da criação de um sistema de comunicação por satélite para as Forças Armadas americanas, em 1942, considerado a base para a telefonia celular.

 Aqui no Brasil, sem dúvida, um dos grandes nomes é Santos Dumont. Apesar de algumas discordâncias, ele é considerado o inventor do avião. No Pará o grande nome foi do jornalista e escritor Júlio Cezar Ribeiro de Souza, nascido em Acará, no Pará, no dia 13 de junho de 1843 e morreu em Belém, no dia 14 de outubro de 1887. Ele foi um escritor e inventor brasileiro, reconhecido como precursor da dirigibilidade aérea. No Pará, Julio Cezar empresta o nome ao aeroporto internacional de Belém.

Quem inventa algo, pode trilhar dois caminhos: produzir a própria ideia ou fechar parcerias e receber royalties pela invenção. É essencial patentear a sua criação. Atualmente, o tempo médio para conseguir uma no Brasil é de três anos. Cada patente tem validade de 20 anos. Após esse período, o produto passa a ser considerado domínio público e outras pessoas ou empresas podem reproduzir o item.

 A Memória sobre a navegação aérea

 Após seis anos de pesquisas, Ribeiro de Souza concluiu que os balões deveriam ter formato assimétrico, com o centro de empuxo à frente. Após realizar uma conferência no Pará acerca do sistema de navegação aérea que idealizara, viajou para o Rio de Janeiro, onde conheceu o Barão de Tefé, respeitado na comunidade científica brasileira, e entregou-lhe a Memória sobre a Navegação Aérea que escrevera. O Barão de Tefé analisou os estudos de Julio Cezar Ribeiro de Souza, ficou entusiasmado e pesquisou por um mês material europeu sobre aeronáutica. Redigiu um parecer favorável ao sistema do paraense e o documento foi assinado por dois consócios do Instituto Politécnico Brasileiro, então a maior instituição científica da América Latina. Graças a esse apoio, Ribeiro de Souza conseguiu uma verba (20 contos de réis) da província do Pará.

 


O Le Victoria

Com estes recursos, Souza embarcou para a França e na Casa Lachambre, em Paris, encomendou a construção do balão Le Victoria, assim chamado em homenagem à esposa, Victoria Philomena Hippolita do Valle. Conferenciou acerca do sistema de dirigibilidade que criara na Sociedade Francesa de Navegação Aérea, não sem antes patentear o projeto do balão dissimétrico. Registrou o invento nos seguintes países: França, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Rússia, Portugal, Bélgica, Áustria e Brasil. Em 8 de novembro de 1881, em Paris, foi realizado o primeiro voo público e cativo do aeromodelo, que subiu avançando para frente, feito repetido no dia 12. Aparentemente, presenciando tais experiências em Paris, esteve também o capitão francês Charles Renard, que presidira a Sociedade Francesa de Navegação Aérea até junho de 1881, e que ao assistir o balão avançar contra o vento, haveria afirmado: "Como eu lamento que o inventor não seja um francês!". No Brasil, foram feitas demonstrações no dia 25 de dezembro de 1881, no Pará, e em 29 de março de 1882, no Rio de Janeiro, sendo que nesta última o balão sofreu um rombo, ficando seriamente avariado.