A pandemia do novo coronavírus
transformou a rotina de todos, por meio da principal medida de prevenção: o
isolamento social. No mês de agosto, a Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social do Pará (Segup) registrou que cerca de 35% da população
paraense, em média, ainda cumpria os cuidados da quarentena. E partir dessa
nova realidade, muitas pessoas precisaram reorganizar suas atividades e passar
mais tempo em casa, o que despertou a vontade de adaptar as residências às
novas necessidades ou mesmo o desejo de decorá-las para melhorar o ambiente.
Segundo Melissa Fecury, coordenadora do curso de psicologia da Faculdade Faci, o autocuidado com o lar é uma alternativa ao distanciamento e estresse provocados pela Covid-19. “A nossa casa é um refúgio. Quantos de nós não precisou ficar em casa por dias durante a quarentena? Com esse tempo dentro de casa, passamos a perceber detalhes do espaço e surge o desejo de modificar tudo, possibilitando o aumento da autoestima, do bem estar e de maior integração entre os membros da família em prol de um objetivo comum”, explica.
Em pesquisa realizada no decorrer do ano de 2020, a Anamaco, associação nacional que representa os empresários do ramo de materiais de construção, confirmou o aumento de 68% no número de vendas dos produtos de revestimento cerâmicos. Já a procura por itens como cimentos e tintas subiu 58%.
Anna Resque, coordenadora do curso de arquitetura da Faculdade Faci, destaca que os cômodos mais frequentes em reforma durante a pandemia são aqueles que recebem o maior fluxo de pessoas. “Salas de estar, dormitórios, cozinhas e áreas de serviço são os principais lugares. Além disso, agora, com o estabelecimento de trabalho e aulas online, surge também a necessidade de pequenos escritórios ou espaços mais calmos para a execução destas atividades”, comenta.
O estudante universitário Ruan Bentes conta como a reforma de sua casa têm sido benéfica para a concentração nos estudos, que até agora permanecem em modalidade online. “O meu quarto não era apropriado para estudar, já que eu não tinha uma mesinha. Eu tinha que ficar na cozinha e a movimentação lá era constante. Então, quando minha mãe decidiu instalar uma mesa de estudos, resolvemos pintar o quarto, e ter esse espaço para mim é muito bom”, afirma. “Depois disso, resolvemos mudar a garagem e pintar a área interna da casa, e toda a família acabou se envolvendo nesse processo”, recorda.
Já para aqueles que estão considerando uma transformação na residência ou apartamento, a arquiteta Anna Resque deixa dicas fundamentais. “É importante avaliar alguns fatores antes de iniciar a reforma, como o estado físico da edificação, as necessidades mais urgentes do lugar e também os valores dos produtos que serão utilizados. É muito bom fazer uma procura nas lojas de materiais de construção e conversar sobre os itens essenciais que serão comprados, porque com o planejamento será possível economizar e aproveitar bem todos os materiais”, recomenda.
Outra dica da psicóloga Melissa Fecury, é sobre a inclusão dos familiares na mudança do cômodo ou do lar. “Esses momentos são super positivos para unir a família. Montar um esquema, no qual cada membro tenha uma função e uma meta é um excelente exercício para o dia a dia e poderá ajudar bastante em atividades futuras. Partilhar ideias novas e criativas sobre a decoração, por exemplo, pode incentivar mais diálogo e momentos de descontração nesse período em que vivemos”, finaliza.