Justiça ordena retirada de invasores da Terra Indígena Trincheira-Bacajá (PA)




Terra Indígena Trincheira- Bacajá, do povo Xikrin, enfrenta invasões de madeireiros e grileiros. Foto: Helena Palmquist/Ascom/MPF-PA



A Justiça Federal emitiu ordem de reintegração de posse contra invasores da Terra Indígena (TI) Trincheira-Bacajá, do povo indígena Xikrin, entre os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, no Pará. A decisão liminar foi concedida na última sexta-feira (6) e deve ser apresentada aos invasores por um oficial de Justiça, com apoio da Polícia Federal.

Para o juiz Hallison Costa Glória, da vara federal de Redenção, a existência de invasões na porção sudoeste da Terra Indígena está comprovada e, em resposta ao pedido feito pela Fundação Nacional do Índio (Funai), deu prazo de sete dias para que os invasores saiam voluntariamente, “sob pena do emprego da força”. O Ministério Público Federal (MPF) atuou no processo como fiscal da lei e se manifestou favoravelmente ao pedido da Funai.

A TI está invadida desde 2018, mas a situação se agravou em 2019 e, no último dia 21, caciques e guerreiros Xikrin, cansados de esperar pelas autoridades, fizeram uma expedição para apreender motosserras e exigir a retirada pacífica dos grileiros. No dia 26 de agosto, lideranças Xikrin foram até Altamira e relataram ao MPF que estavam sofrendo ameaças de pessoas que portavam armas de grosso calibre, provavelmente contratadas por invasores que ocupam irregularmente a região do igarapé Prazer, perto da aldeia Rap-Ko. Desde então, o MPF já enviou dois ofícios às autoridades de segurança pedindo urgência na retirada dos invasores. Com a ordem judicial, aguarda-se uma operação a qualquer momento.