Neste sábado (12) o ginásio do
Sesi, na avenida Almirante Barroso, sediará a abertura do Grand Prix Infraero
de Judô para Cegos – Etapa final. O evento é promovido pela Confederação
Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e no Pará terá suporte na
organização da Associação de Cegos do Pará (Ascepa), Associação Souza Filho de
Artes Marciais (Asfam) e Federação Paraense de Judô (Fepaju). O governo do
Estado apoia o evento por meio do Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC), que
doou 70 quimonos aos atletas e colaborou na realização da competição, e também
da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), com a entrega de 150
uniformes. A cerimônia iniciará às 8h30.
As disputas pelo pódio na
categoria adulta envolvem 13 divisões de peso – sete no masculino e seis no
feminino – e também a categoria iniciante, onde muitos atletas são revelados
todos os anos. Judocas de 14 estados mais o Distrito Federal estão inscritos na
competição, somando 200 atletas ao todo, sendo quase 50 do Pará. Entre os
participantes estão nomes que representaram o Brasil nos Jogos Paralímpicos Rio
2016, inclusive os medalhistas Antônio Tenório, Wilians Araújo, Lúcia Teixeira
e Alana Maldonado.
Esse é o primeiro ano que o Pará
recebe o evento e o quarto consecutivo que garante a participação de atletas na
competição. No ano passado a Asfam ficou em primeiro lugar no quadro geral de
medalhas, com três ouros, uma prata e dois bronzes. A Asfam desenvolve o
projeto Dorinha, que garante a pessoas com deficiência a oportunidade de
praticar um esporte, no caso o judô. Atualmente, 150 pessoas são beneficiadas
pela iniciativa, entre elas crianças com autismo, paralisia cerebral, síndrome
de Down, deficientes visuais e físicos.
O Pará é considerado pelo Comitê
Paralímpico Brasileiro uma referência em novos talentos e um dos principais
polos do esporte paralímpico. Por meio da política inclusiva do Plano Existir e
com apoio do NAC, o Estado tem alcançado bons resultados e reconhecimento. Em
abril desse ano, o Pará recebeu pela primeira vez o Campeonato Centro-Norte de
Goalball, uma preliminar do torneio nacional, que ocorre em Jundiaí (SP), entre
os dias 18 e 23 setembro. Na seletiva estadual, a equipe paraense masculina
conseguiu se classificar para a etapa brasileira. Em junho, Belém foi escolhida
pelo comitê organizador dos Jogos Paralímpicos para representar a região Norte
do país no revezamento da tocha paralímpica, que ocorreu em 2 de setembro.
Trabalho - O Núcleo de Esporte e
Lazer (NEL) da Secretaria de Estado de Educação, também desenvolve um trabalho
especial voltado a alunos com deficiência atendidos na rede pública de ensino,
com atividades nas modalidades bocha, futebol de 7, atletismo, judô, goalbal,
natação e vôlei sentado. Entre as ações anuais do NEL estão os Jogos Escolares
Paralímpicos do Pará, que existem há 12 anos e que têm obtido resultados
positivos em todas as modalidades das Paralimpíadas. De 2011 a 2014, os
paratletas paraenses conquistaram 105 medalhas de ouro, 82 de prata e 82 de
bronze nas Paralimpíadas Escolares Nacionais. O melhor resultado ocorreu em
2013, com a conquista de 111 medalhas. Este ano, 59 paraenses já foram
selecionados para participar das Paralimpíadas Escolares Nacionais, no Rio
Grande do Norte, entre 23 e 28 de novembro.
Judô – O esporte é praticado por
atletas cegos e com deficiência visual que, divididos em categorias por peso,
lutam segundo as mesmas regras da Federação Internacional de Judô. Poucos
aspectos diferem do judô convencional: os atletas iniciam a luta com a pegada
feita (um segurando no quimono do outro), a luta é interrompida quando os
oponentes perdem o contato e não há punições para quem sai da área de combate.
O esporte é praticado por judocas das três categorias oftalmológicas: B1
(cego), B2 (percepção de vulto) e B3 (definição de imagem). O atleta B1 é
identificado com um círculo vermelho em cada ombro do quimono. O sistema de
pontuação é igual ao olímpico e sua prática pode ser feita entre atletas cegos
e não-cegos.
O judô é a única arte marcial dos
Jogos Paraolímpicos e é disputado nas Paralimpíadas desde Seul, em 1988. A
estreia das mulheres foi em 2004, nos Jogos de Atenas. No Brasil, começou a ser
disputado na década de 1980 e a primeira competição internacional que o país
disputou foi o Torneio de Paris, em 1987. No ano seguinte, o Brasil conquistou
três medalhas de bronze nas Paralimpíadas de Seul. Segundo os seus praticantes,
este esporte ajuda as pessoas com deficiência devido ao aperfeiçoamento do
equilíbrio.
Plano Existir - Lançado pelo
governo do Estado em 2012 e atualmente vinculado ao NAC, o projeto assumiu o
compromisso de garantir ações de natureza transversal a partir dos eixos saúde,
educação, acessibilidade e inclusão social, para a promoção dos direitos
fundamentais da pessoa com deficiência. No total, 14 ações estruturantes fazem
parte do plano, sendo cinco na área da saúde, quatro na área da educação, duas
na área de tecnologia, uma na área da assistência, uma na área de habitação e
uma na área de esporte. São algumas das ações, por exemplo: promoção de ações
preventivas de saúde; aquisição, adaptação e manutenção de órteses e próteses;
ampliação do atendimento educacional especializado; concessão de Cheque Moradia
especial para pessoas com deficiência; realização de atividades esportivas
paralímpicas; criação de linha de fomento para inovação em tecnologia
assistiva; capacitação de professores, agentes públicos e da sociedade civil
para formação em cidadania e direitos da pessoa com deficiência, entre outros.
São integrantes do Comitê Gestor
do Plano Existir: Agência de Regulação e Serviços Públiocos do Pará (Arcon),
Companhia de Habitação do Pará (Cohab), Escola de Governança (EGPA), Fundação
Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Fundação Carlos Gomes,
Fundação Cultural do Pará, NAC, Polícia Militar, Secretaria de Assistência Social,
TRabalho, Emprego e Renda (Seaster), Secretaria de Estado de Ciência,
Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), Secretaria de Estado de
Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Secretaria de Estado de Saúde (Sespa),
Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), Secretaria de Estado de
Educação (Seduc) e Universidade do Estado do Pará (Uepa).