Responsável por mais de 50
diferentes doenças e por mortes prematuras, o tabagismo tem tratamento pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) em Unidades Municipais de Saúde de Belém. Na lista
de males acarretados pelo hábito de fumar estão doenças pulmonares, infarto do
miocárdio, derrames, assim com vários tipos de cânceres. O tabagismo também
desencadeia e agrava a hipertensão e a diabetes e aumenta o risco de pessoas
desenvolverem e morrerem por tuberculose. Segundo a Coordenadora do Programa de
Controle do Tabagismo em Belém, Vera Fonseca, é importante que primeiramente o
tabagista queira parar de fumar e procure as unidades que oferecem o programa
para tratamento gratuito.
“A Prefeitura oferece o
tratamento em cinco UMSs e as pessoas que procuram as unidades são acolhidas de
acordo com o grau de dependência de cada uma. O tratamento inclui terapia,
rodas de conversa, consultas com médicos e nutricionistas, além da fase
medicamentosa, que inclui os adesivos que são ofertados pelo programa”,
explicou a coordenadora.
Ver que o cigarro há 18 anos
influenciava negativamente tanto na saúde quanto na vida financeira, motivou o
pintor Reinaldo Guerreiro, 56, a procurar ajuda para parar de fumar. Ele, que
chegava a fumar uma carteira de cigarro por dia, procurou o Programa de
Controle do Tabagismo que funciona na UMS Jurunas e participou de algumas
sessões ainda em 2015, mas antes mesmo de concluir o tratamento teve uma
recaída.
“O vício faz mesmo a gente não
conseguir levar adiante (o tratamento), e é preciso ter força de vontade.
Quando percebi estava fumando de novo e vi que não valia à pena. Foi quando
retornei ao programa em 2016 e fiz todas as sessões acompanhadas do tratamento
medicamentoso. Hoje estou há três meses sem fumar”, comemora Reinaldo, que já
sente a diferença no organismo. “Ando muito de bicicleta e jogo bola também e
nesses exercícios já sinto o quanto largar o cigarro só me faz melhorar a
qualidade de vida”.
Segundo a Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
os os fumantes adultos (com idade superior ou igual a 18 anos) em Belém nos
anos de 2014 e 2015 correspondem, respectivamente, a 7,0% e 7,1% da população
adulta. “A faixa etária que mais fuma, tanto na pesquisa de 2014 como em 2015,
é a que vai de 45 a 54 anos. E quanto menor é a escolaridade, maior é
percentagem de fumantes”, revela Vera Fonseca.
O programa de Controle do
Tabagismo está disponível nas unidades de saúde do Telégrafo, do Tapanã, da
Marambaia, do Jurunas e Benguí II. Em todas os pacientes são atendidos por uma
equipe composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, que
promovem sessões com grupos de dez a vinte pacientes. Os inscritos no programa
passam por avaliação médica, nutricional e odontológica, para então iniciar as
sessões de terapia.
A enfermeira do programa que
funciona na UMS Jurunas, Cecília Helena Lobato, ressalta que para participar
dos grupos de terapia, os interessados podem procurar as unidades de saúde que
dispõe do programa, portando documentos de identidade, CPF e comprovante de
residência. “A demanda é espontânea, sem necessidade de encaminhamento e o
usuário deve procurar o responsável pelo programa em uma das unidades e
declarar que quer parar de fumar”.