Segurança Pública reuniu para discutir as estratégias da apuração dos homicídios - Foto Cristino Martins - Agência Pará |
"Temos uma equipe muito grande que
está centrada na apuração desses fatos. Apurar esses crimes é uma prioridade da
Polícia Civil". Assim destaca o delegado Silvio Maués, diretor de Polícia
Especializada, a respeito das investigações sobre as 25 mortes registradas, em
20 de janeiro deste ano, após a morte de um soldado da Polícia Militar, em
Belém, e de dois falecimentos posteriores de vítimas baleadas no dia. Parte das
perícias de local de crime e de necropsia (exame dos corpos) deve ser
encaminhada à Polícia Civil nos próximos dias.
As informações dos laudos ficarão
restritas como parte das investigações. Ao todo, nove delegados presidem os
inquéritos na Divisão de Homicídios, em Belém. A equipe policial faz trabalho
de campo e coleta de imagens de locais de crime. Durante a investigação, poucas
imagens foram coletadas. "Temos outras técnicas de investigação que estão
sendo aplicadas no trabalho de campo", explica o delegado. A partir do
momento em que as perícias estiverem disponíveis, as informações serão confrontadas
para se ter um cenário montado nas investigações que apontem se as mortes estão
relacionadas e quais são as motivações possíveis para os crimes.
As investigações de cada caso foram
separadas em três possibilidades. "A primeira se trata dos eventos que
poderiam gerar uma reação por um sentimento de vingança envolvendo agentes
públicos ou pessoas associadas a eles. A segunda possibilidade é de ações
oportunistas cometidas por pessoas que se aproveitam do momento para cometer
crimes, e a terceira hipótese é de mortes eventuais, ou seja, que aconteceriam
independentemente da ocorrência da morte do policial militar", afirma
Silvio Maués. Dessa forma, o universo de mortes é minimizado pelas
características dos crimes para se dar encaminhamento mais prático ao trabalho
investigativo.
O delegado ressalta que em uma
investigação dessa grandiosidade não há como se estabelecer previamente prazos
para a conclusão dos inquéritos. "Temos muitos aspectos que não dependem
somente da investigação. Dependem da perícia, do Judiciário, do Ministério
Público, que são órgãos que atuam dentro do Sistema de Justiça", salienta.
Sobre a morte do policial militar, o delegado destaca que as investigações já
avançaram bastante e a previsão é de conclusão do inquérito ainda este mês.