Estudantes desenvolvem carro híbrido com revestimento orgânico



O carro híbrido, que possui um motor a energia elétrica e um movido a energia solar, o que permite reduzir a emissão de poluentes, começou a ganhar o revestimento híbrido orgânico, com alta performance anticorrosiva, desenvolvido a partir de fibras, como da palha da casca do coco, da juta e do caroço de açaí.

O veículo está sendo projetado pelos professores e alunos dos cursos de Eletrotécnica e Mecânica da Escola Tecnológica Estadual Magalhães Barata, em Belém, que firmou nesta nova etapa parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), pioneira em desenvolvimento de compósitos para revestimentos sustentáveis, projeto que tem à frente o pesquisador Roberto Fujiwana.

Segundo o professor Waldimir Borges, engenheiro mecânico, um dos idealizadores do carro híbrido, o projeto envolve alunos e professores dos cursos de Mecânica e Eletrotécnica da Escola, em um esforço para produzir soluções ecológicas e financeiramente viáveis, associadas ao desenvolvimento do aprendizado prático.

“A intenção é mostrar aos nossos alunos que o profissional deve estar sempre buscando novas soluções e alternativas de energia e materiais sustentáveis com grande durabilidade. O revestimento que está sendo produzido em parceria com a UFPA, por exemplo, ao contrário dos utilizados pela indústria automobilística, não corrói e é produzido através de resíduos de outros materiais, que fatalmente seriam despejados no meio ambiente”, explica.

A ideia de desenvolver um projeto educacional que pudesse trazer não só a prática para os alunos, mas também ser útil para a sociedade de uma forma mais ampla, está encantando os estudantes. O aluno André Moraes, 18 anos, há seis meses de terminar o curso técnico, pretende continuar na área e se prepara para o vestibular de Engenharia Elétrica. “Além de me sentir preparado para o mercado de trabalho, a experiência na escola revelou minha vocação para área de engenharia mecânica e para a pesquisa. Quero continuar estudando e chegar até o doutorado”, disse André.

O sistema do carro hibrido funciona da seguinte forma: placas de captação de energia solar convertem energia proveniente do sol em energia elétrica. O motor a combustão é substituído por um motor elétrico trifásico. Um motor bastante robusto com uma potência capaz de fazer a mesma coisa que faz um motor de combustão, com um índice menor de ruído e sem poluição, de forma limpa.

O professor Rodrigo Gadelha, engenheiro de Controle e Automação, disse que para tornar o projeto viável foi utilizado muito material reciclado, grandes doses de criatividade, mas que o interesse dos alunos que participaram do projeto foi fundamental para os primeiros resultados: um veículo que pode desenvolver velocidade de até 200 km por hora com autonomia para funcionar até oito horas ininterruptas com as fontes de energias utilizadas.

Rede de escolas técnicas

As Escolas Tecnológicas no Estado atendem mais de 18 mil estudantes, distribuídos nos cursos técnicos, nas seguintes formas de oferta: Ensino Médio Integrado a Educação Profissional (EMI), Ensino Médio Integrado a Educação Profissional em Tempo Integral (EMITI), Ensino Médio Integrado a Educação Profissional de Jovens e Adultos (Proeja) e subsequente (capacitação). O Estado do Pará tem 23 escolas técnicas, em Belém e em 16 municípios.

O estágio nas escolas de educação tecnológica é obrigatório, para propiciar a complementação do processo ensino-aprendizagem, integrando o conteúdo curricular do curso, em termos de treinamento prático, de aperfeiçoamento técnico-cultural, científico e formação profissional dos discentes.

Mais informações sobre as escolas tecnológicas da Seduc no site http://www.seduc.pa.gov.br/site/eetepa