De passagem por Belém, cidade
onde nasceu, o violoncelista Diego Carneiro, 34 anos, atualmente radicado em
Quito, no Equador, de onde tem feito incursões a vários países para divulgar a
música equatoriana e paraense, ministrará um master class na Casa das Artes, da
Fundação Cultural do Pará.
Diego já desenvolve projetos com
o seu violoncelo em comunidades no nordeste paraense, a partir de Bragança; na
Ilha do Combu, região insular da capital paraense, e em algumas cidades do
Arquipélago do Marajó. Neste último, o músico pretende fortalecer as ações já
iniciadas, mas que, segundo ele, ainda são tímidas.
O novo desafio se impõe no
intuito de melhorar a realidade dos jovens marajoaras por meio da música, e,
futuramente, para conectá-la ao turismo e à gastronomia, por razões que o mundo
já começa a descobrir, em especial, após o prêmio da Unesco que incluiu Belém
como Cidade Criativa da Gastronomia.
As atividades são desenvolvidas
por meio da Fundação Amazonart, que Diego Carneiro criou, e contam com o apoio
de organizações não-governamentais européias, que têm permitido ampliar as
atividades culturais em Quito. Agora, diz ele, o sonho é incluir a divulgação
do potencial turístico e gastronômico do Pará do com auxílio de imagens.
Para conversar e trocar ideias
sobre a inclusão dos segmentos do turismo e da gastronomia no seu portfólio de
divulgação na Europa, Diego esteve nesta segunda-feira (22), com o secretário
de Estado de Turismo do Pará, Adenauer Góes, oportunidade em que mostrou alguns
vídeos e eventos que foram produzidos para projetar a cultura paraense no
exterior.
“Achei a ideia do Diego excelente
porque pode ajudar na divulgação do Pará, mostrando ao mundo que o turismo e a
gastronomia também são tratados na perspectiva dos negócios, enquanto produtos
regionais, consumidos aqui, diferente de outros setores econômicos. Vamos
trabalhar essa ideia que ele nos trouxe e ver como podemos colaborar”, afirmou
o titular da Setur.
Adenauer aproveitou a visita do
concertista e entregou a ele um kit de divulgação do Pará, com produtos que
ajudam o turista a conhecer melhor a cultura, as belezas e as manifestações do
Estado, como o Círio de Nazaré, editados em folhetos, livros e revistas em
espanhol e inglês.
Combu – Uma das áreas que vem
recebendo as visitas do músico e sua equipe é a ilha do Combu, a maior das 39
existentes no entorno da capital paraense. Localizada a um quilômetro e meio ao
sul de Belém, à margem do rio Guamá, a ilha integra uma Área de Proteção
Ambiental (APA).
Um dos trabalhos desenvolvidos
por Diego na ilha é a formação musical de jovens e a divulgação turística e
gastronômica, em especial do chocolate orgânico “Dona Nena”, nascida e fixada
na comunidade ribeirinha. O produto ganhou prestígio nacional e também no
exterior e hoje pode ser degustado a bordo dos jatos da companhia aérea TAP.
Com o apoio de voluntários de
organizações não governamentais da Inglaterra e da Bélgica, a Fundação
Amazonart já implantou uma biblioteca e assegura aulas de inglês para a
comunidade no Combu. O interesse dos belgas é conhecer o potencial do chocolate
orgânico “Made in Combu”.
“O nosso trabalho aqui no Pará
começou por volta de 2001. Já fomos premiados pelo programa “Criança Esperança”,
da Rede Globo, e nossas ações foram reconhecidas na Áustria e Inglaterra. Em
maio participaremos de concertos na Europa e na Organização das Nações Unidas,
e vamos aproveitar para mostrar ao público desses eventos mais imagens do Pará
e suas belezas, incluindo, desta vez, também o turismo e a gastronomia. Por
isso buscamos o apoio da Setur”, pontuou.