Ofício pede a liberação do funcionamento de arenas esportivas



A Câmara Municipal de Belém vai enviar um ofício à Prefeitura para viabilizar a possibilidade de liberar as atividades de futebol pelada em arenas e campos da capital. O documento aprovado em forma de requerimento inclui o cumprimento de todos os protocolos de saúde e a proibição da presença de torcidas. A solicitação pede ainda o retorno gradativo dos campeonatos com toda a cautela necessária para a proteção da saúde de todos que venham a participar dos eventos esportivos. A proposta foi de autoria do vereador Lulu das Comunidades (PTC).

O autor do requerimento disse que todo final de semana encontrava os amigos do bairro para jogar futebol e que com a pandemia essa paixão foi deixada de lado por conta das restrições. Lulu das Comunidades lembrou que a prática do esporte tem crescido muito e que precisa ser olhada com carinho pelo poder público. “Estamos vendo tudo voltar ao normal, praias, balneários, campeonato carioca e porque não liberar o entretenimento das comunidades? O futebol é uma atividade física que fortalece a umidade”.

O presidente da casa, vereador Mauro Freitas (PSDB), informou aos parlamentares que já tem uma audiência marcada com o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, para tratar sobre o tema. Mauro disse que recebeu o futuro presidente da Associação dos Times de Futebol Pelada de Belém e se comprometeu a registrar a entidade. Segundo ele, a prática virou algo promissor para Belém, pois gera emprego e renda para muitas famílias. “São donos de bares, garçons, empresas que cuidam da grama, da manutenção do local e muitas pessoas que consomem esse serviço. Isso movimenta a nossa economia”. 

Como amante e praticante do futebol pelada, Toré Lima (Republicanos) se disse sensível à causa, mas preocupado com a retomada das atividades que não são extremamente necessárias e que podem causar o aumento do número de casos de coronavírus na capital. Para ele, o esporte requer muito contato e precisa ser analisado por especialistas da comissão montada pela Prefeitura de Belém. “O momento é cauteloso. Em primeiro lugar está a saúde e a vida. Em vários países já teve a segunda onda e não podemos nem pensar em passar por mais um momento de terror”.

Para Pablo Farah (PL), dentro dos protocolos de saúde é possível liberar o esporte recreativo que é também uma forma de preservar a saúde da população, mental inclusive. O vereador lembrou que os índices mais baixos de internação e infecção estão entre as pessoas que tem boa imunidade, mas ponderou que é preciso acompanhar os indicadores para possibilitar o retorno de outras atividades. “O povo também precisa ter consciência e obedecer as regras que forem estabelecidas, senão não vai funcionar”.

O vereador Sargento Silvano (PSD) pediu que fossem incluídas as academias de artes marciais no requerimento, visto que estas também estão sendo prejudicadas, principalmente as localizadas nas periferias, onde estão muitos projetos sociais de ressocialização. De acordo com ele, as atividades estão paradas porque ainda não foram estabelecidos protocolos para a liberação. “Oferecemos treinamento de graça para levar disciplina e tirar adolescentes das ruas, além do trabalho para os professores. Vamos pensar no todo, pois tem gente que não joga futebol e pratica outras atividades”.

Enfermeira Nazaré (PSOL) foi contra a proposta, pois disse que apesar de entender as necessidades dos donos de arenas, o retorno oferece riscos para a saúde da população. Ela exemplificou que o retorno aos treinos de um clube carioca foi mediante a testagem de todo o time e para a surpresa mais de 40 atletas testaram positivo. “Não teremos como fazer isso aqui na capital, então é perigoso”. Igor Andrade (SD) disse que por uma questão de segurança já existe um comitê que deve fazer um estudo para que aconteça esse retorno. “As normas sanitárias têm que falar mais alto. Estamos lidando com vidas”.

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