Hospital de Clínicas adota ofuroterapia para bebês na UTI


 

Crédito: Ascom / HCGV

O pequeno João Guilherme ainda não tinha completado uma semana de vida quando precisou ser transferido para a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), após o diagnóstico de uma cardiopatia congênita logo após o nascimento.

 Após uma cirurgia para correção do problema, a recuperação de João durou um pouco mais de mais de um mês e foi feita toda na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas. Mesmo com todo cuidado para minimizar os efeitos que o tratamento intensivo pode causar em crianças recém-nascidas, os profissionais da unidade de saúde têm buscado inserir diferentes técnicas e terapias que adaptam o bebê ao novo ambiente.

 Uma delas é a ofuroterapia. Criada na Holanda há mais de 30 anos, a terapia utiliza basicamente pequenos baldes de plástico e água morna para dar ao bebê a sensação de estar novamente no útero da mãe, promovendo a diminuição de dores, do estresse e uma melhora da resposta comportamental ao tratamento em geral.

 "Em uma UTI neonatal, mesmo com todo o cuidado da equipe, a manipulação do bebê e de dispositivos conectados a eles são constantes, o que acaba causando dor e desconforto. Quando há condições clínicas, a ofuroterapia é uma opção para aliviar esse estresse, contribuindo também para a qualidade do sono, o desempenho alimentar, o retorno venoso e a diminuição da frequência cardíaca, entre outros, fatores importantes nos cuidados neonatais" - Maria Augusta, terapeuta ocupacional com atuação na UTI Neonatal do Hospital de Clínicas.

 Diferente de um banho tradicional, a ofuroterapia requer uma atenção redobrada em relação aos detalhes do ambiente. Tudo para tornar o momento ainda mais prazeroso para o bebê. "Temos toda uma preparação para este momento com água na temperatura ideal, iluminação e som relaxantes. Usamos toalhas ou fraldas para manter o padrão flexor do bebê durante a imersão no balde, que deve ser transparente para segurança da intervenção", complementa Maria Augusta.

 Ofuroterapia em casa

 Além de aconchegante e relaxante, a ofuroterapia também facilita e favorece a criação de vínculos entre a mãe e o bebê. Por isso, sempre que a técnica é utilizada, as mães são convidadas para acompanhar e é nesse momento que recebem orientações para reproduzi-la em casa.

 Foi o que aconteceu com Vera Lúcia Teles, mãe de João Guilherme. Dois dias antes deles receberem alta e voltarem para o município de Tucuruí, na região sudeste do Pará, ela acompanhou pela primeira vez a ofuroterapia no filho. "Quando vi meu bebê entrando do balde foi uma surpresa porque nunca tinha visto. Se pudesse faria todos os dias, mas estou voltando com orientação sobre o tempo ideal entre um banho e outro e a movimentação do bebê com segurança", conta Vera Lúcia.