Lancha rápida que faz viagem para o Marajó - Foto Arcom |
A renovação da autorização de
funcionamento da linha de lancha executiva de modelo catamarã, que faz hoje o
transporte fluvial rápido de passageiros ligando Belém e os municípios de Soure
e Salvaterra, no arquipélago do Marajó, foi anunciada na tarde desta
sexta-feira (4), em coletiva na Secretaria de Estado de Transportes (Setran). A
confirmação foi feita com a presença do titular da Setran, Kleber Menezes, do
secretário de Turismo, Adenauer Góes, e por Bruno Guedes, diretor geral da
Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado (Arcon).
Participou também da entrevista César Quadrado, gerente geral de operações da
empresa de navegação Tapajós, que hoje mantém duas embarcações na rota.
Com a renovação da linha, que já
era prevista após o primeiro ano de autorização, em caráter de experiência,
completado justamente nesta sexta (4), o transporte rápido ligando
Belém-Soure-Salvaterra volta a operar no próximo dia 10 de novembro, para mais
um ano de atividades. De acordo com a nova outorga, houve uma alteração na
grade original de horários de viagens, que ocorriam de manhã e à tarde: agora
elas ocorrem apenas no horário da manhã, com partida de Belém às 8h e retorno
de Soure previsto sempre às 11h.
A nova linha fluvial
Belém-Soure-Salvaterra encurta a viagem para o Marajó de quatro para duas
horas. A rota fora interrompida esta semana, após um acidente ocorrido no
último domingo, 30 de outubro, quando uma onda de maior porte extraviou
bagagens e levou um tripulante a cair nas águas da baía do Marajó. O tripulante
foi resgatado e nenhum outro problema mais grave foi verificado, além de
avarias na embarcação, mas o ocorrido chamou a atenção das autoridades que
fiscalizam a navegação na região.
No dia 1º de novembro, uma
portaria publicada pela Capitania dos Portos suspendeu, por tempo
indeterminado, a navegação no período vespertino (entre 12h e 18h) de
embarcações do tipo catamarã que fazem o serviço de lanchas rápidas para
transportes de passageiros entre Belém, Soure e Salvaterra, incluindo escalas
em Camará. A justificativa são justamente as condições de marés e ventos na
região mais oceânica do arquipélago marajoara, o que influencia as condições de
segurança dessas viagens.
“Com isso estamos restabelecendo
a linha e aprimorando um bom serviço, uma experiência que, temos convicção, na
nossa avaliação, se mostrou muito exitosa tanto para o atendimento à população
quanto para o incremento das atividades socioeconômicas do arquipélago
marajoara, como o turismo”, disse no encontro Kleber Menezes. “Entendemos
também que a alteração dos horários das linhas garante maior conforto,
tranquilidade e segurança aos usuários do transporte para o Marajó”.
A Setran reforçou ainda que a
nova medida, de ajuste nos horários de lancha e restrição de horários, não se
relaciona às demais linhas convencionais de embarcações de transportes de
passageiros, que seguem operando normalmente no destino que liga Belém a Soure,
Salvaterra e outras localidades do arquipélago marajoara – inclusive as que
hoje já estão servidas por lanchas rápidas do modelo catamarã. “Nesse período
em que tivemos que fazer a discussão da outorga e seus ajustes, enquanto a
linha está suspensa, a empresa Tapajós também irá fazer uma revisão geral de
suas embarcações que atendem a linha, para o restabelecimento do transporte com
conforto e segurança garantidos aos usuários”, explicou o secretário.
Durante o anúncio da retomada da
linha fluvial com lanchas rápidas ligando Belém a Soure e Salvaterra, Adenauer
Góes ressaltou o grande avanço que representou a abertura da rota com esse tipo
de embarcação, desde novembro passado. “Houve uma grande melhora da prestação
de serviços de transporte para o arquipélago e um avanço considerável para
diversos outros níveis de serviços prestados em turismo no Marajó. Um exemplo é
que operadoras passaram a adquirir passagens para o Marajó até de São Paulo”.
Metas - A criação de lanchas
rápidas executivas para o arquipélago marajoara, estabelecidas progressivamente
ao longo do último ano, hoje já atende os municípios marajoaras de Soure,
Salvaterra, Ponta de Pedras Cachoeira de Arari. Esse cenário de crescente
capilarização e melhoria do transporte fluvial faz parte de um plano
estratégico, definido pelo Governo do Estado, para o fortalecimento da
integração regional e o desenvolvimento do turismo no Pará. O esforço faz parte
da série de metas estabelecidas pelo programa Pará 2030, que destaca diretrizes
para o desenvolvimento sustentável do Estado – e que inclui, ainda, o apoio
também à ampliação de voos regionais, através do programa Voa Pará, através de
incentivos fiscais.
Nesse cenário, o Pará já soma
alguns avanços significativos, como o balanço de dois anos de funcionamento do
Terminal Hidroviário de Belém – de onde partem os catamarãs para Soure e
Salvaterra, entre outros destinos –, completados em maio passado. Ao todo, o
terminal, que custou R$ 19 milhões aos cofres públicos, com parte do
investimento feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), acumulou o movimento estimado em um milhão de passageiros.
A Setur estima que o Pará poderá
ver crescer a 4,2 milhões a visitação de turistas a cada ano no Estado até
2030, se os investimentos certos continuarem. Em 2015, o Estado recebeu um
milhão de turistas, que deixaram R$ 736 milhões em divisas. Para César
Quadrado, gerente geral de operações da empresa de navegação Tapajós, o
encontro de hoje mostrou que o governo está sensível e responde rápido a
necessidades de ajustes necessários a esse plano de desenvolvimento para o
Estado. “Quem investe no Pará fica mais confortável, pois temos garantia de
apoio do Estado quando necessário. Isso se reverte em melhorias constantes que
atendem à população, que é quem mais ganha com isso”.