Os
dados mais recentes apontam para um crescimento exponencial do Ensino a
Distância (EAD) no Brasil: são mais de 3,8 milhões de alunos inscritos em
cursos online, segundo dados do IBGE divulgados no ano passado. Este número era
três vezes menor em 2013. A despeito da recessão de 2015 e
2016, é relativamente fácil apontar os motivos desta ascensão. Os preços mais
acessíveis, os horários flexíveis e a expansão do mercado de smartphones nos
últimos anos faz do EAD uma opção excelente para quem quer investir em educação
de maneira assertiva.
Tarefa mais ingrata é entender
por quê o Ensino a Distância no Brasil ainda não atingiu o seu potencial máximo
de crescimento e ainda enfrenta barreiras em diversas esferas, principalmente
junto à determinada parcela das instituições de ensino país afora.
Segundo Eline Cavalcanti, CEO da
Elfus, consultoria em gestão organizacional especialista em negócios
educacionais e e-Learning, o principal desafio da implantação de um programa de
EAD, por incrível que pareça, reside no conteúdo. Isto porque, ainda que a
atividade principal de uma instituição de ensino seja a sua excelência
acadêmica (professores titulados e processo de avaliação coeso e robusto),
“isso tudo é desconstruído, ou melhor, reconstruído no processo de implantação
do Ensino a Distância”. Ela afirma: “A grande chave deste processo está na
capacidade de identificar uma equipe docente qualificada em termos de produção
de conteúdo, estética, e conhecimento de recursos de tecnologia virtual”.
Na prática, a exigência da
experiência em sala de aula cai por terra. “Um bom professor de sala de aula
presencial não é sinônimo de um bom conteudista ou tutor. Isso pode ser muito
injusto ao primeiro olhar, mas o fato é que essas são atividades parecidas, mas
com competências e habilidades diferentes”, explica a executiva.
A verdade é que, para obter
sucesso, o programa de EAD deve ser construído sobre bases próprias e
exclusivas, sem tomar emprestadas as bases do curso presencial. “Exemplo disso
é a capacidade, amplamente discutida, de como as pessoas se relacionam de uma
maneira diferente nas redes sociais e na ‘vida real’”, aponta Eline.
Outra barreira enfrentada pelo o
EAD consiste na desfragmentação do processo de produção do conteúdo. A
executiva da Elfus alerta: “O que conhecemos e aplicamos de maneira geral é: a
construção de conteúdo, a customização para o online pelo designer
instrucional, a transformação gráfica pelo designer gráfico, a revisão e a
criação de processos avaliativos. Normalmente, cada fase é encabeçada por um
profissional diferente. A qualidade do programa está diretamente relacionada à
consistência desse conteúdo, que não deve ser perdida nesse processo”.
Sobre a Elfus
A Elfus é uma consultoria em
gestão organizacional, especialista em negócios educacionais e e-Learning. Com
larga experiência em desenvolvimento de pessoas, a companhia aposta em um
posicionamento moderno, enxuto e flexível, apoiado em novas tecnologias e no
empoderamento feminino como pilares fundamentais para a evolução do mercado de
trabalho. Site: www.el4us.com.